Nesse novembro, eu quero aproveitar o Dia de Ação de Graças para agradecer ao investidor estrangeiro.
A B3 recebe dinheiro principalmente de três bolsos: investidor estrangeiro, investidor institucional e pessoa física. O investidor estrangeiro representava 48% do volume investido em ações à vista na bolsa em outubro. Investidores institucionais são os fundos, empresas e outras organizações que, se somarmos bancos, representam juntos 28%. E por último, a pessoa física, com pouco mais de 23%.
Os institucionais e estrangeiros, além de serem os principais investidores, contam com grandes organizações que muitas vezes compram ou vendem quantias relevantes das ações mais negociadas, tendo o poder de mexer o preço de mercado desses papéis. Por isso, é importante a pessoa física ficar de olho no que essas classes maiores de investidores estão fazendo.
Assim sendo, em novembro chamamos a atenção para a entrada de capital estrangeiro na B3. Depois do recorde de saída em março, com o agravamento do covid-19, vimos novas máximas de entrada de capital gringo em novembro, totalizando R$25,7 bi (até 25/11).
Se, além da pandemia, os riscos políticos e econômicos afastaram o investidor estrangeiro ao longo de 2020, será que podemos dizer que tudo se resolveu em novembro? Não. Ainda é difícil ter qualquer definição sobre a questão fiscal que tanto preocupa o investidor, mas não é sobre isso que estamos falando aqui.
Então, apesar de todas as dúvidas, o investidor gringo está mesmo interessado no Brasil e, mais importante, colocando dinheiro. Mas é importante saber que a preferência tem sido por papéis líquidos. Ou seja, ações que se decidir vender são mais fáceis encontrar comprador. Vimos o movimento forte de entrada de capital externo em Petrobras e bancos, contribuindo para a alta desses papéis em novembro.
Petrobras subiu mais de 35% só esse mês e, dentro do setor financeiro, bancos subiram mais de 20%. Vale lembrar que esses são alguns dos papéis de maior peso do Ibovespa, somados representam mais de 30% do principal índice da B3. Logo, não é de se estranhar que tenhamos visto a valorização do índice acompanhar a entrada de capital estrangeiro.
No gráfico conseguimos visualizar como os movimentos de entrada e saída de capital externo estão relacionados com o retorno do índice. Como falamos, isso se dá pela representatividade desses investidores na nossa bolsa (quase 50% do capital investido) e pela escolha dos papéis.
Agora, nesse fim de novembro, quero aproveitar o dia de Ação de Graças para agradecer ao investidor estrangeiro, que contribuiu para um mês de retornos positivos para nós, investidores brasileiros.
Fonte: Economatica & Bloomberg