Destaque do mês
Cenário Global
Destaque: o foco do cenário macroeconômico tem sido o posicionamento mais duro dos Bancos Centrais (BCs) sobre a recente alta de inflação, que já indicam a retirada de estímulos econômicos e o aumento das taxas de juros para conter o amento dos preços. Na última reunião do Fed, Banco Centra dos EUA, foi sinalizado um possível aumento dos juros já em 2023, e não mais em 2024 como era o consenso anterior.
Atenção: se por um lado os dados da Europa mostram um ritmo forte e consistente da retomada economia, por outro há a preocupação com a variante Delta do corona vírus, que tem impactado a reabertura por lá. Recentemente Reino Unido, Portugal Austrália e países asiáticos tomaram mais medidas restritivas para conter a nova cepa. Era esperado que o pico recuperação na Europa acontecesse no 2o semestre, porém a Delta pode impactar, principalmente por estarmos na véspera do verão europeu, temporada importante para economia por lá.
No radar: as ações de tecnologia dão sinais de recuperação. Nasdaq, a 2a maior bolsa dos EUA e onde estão listadas grande parte das empresas tech, voltou a se aproximar do nível máximo das últimas 52 semanas (14.535). No começo do ano vimos o investidor global comprando ações de valor, empresas tradicionais relacionadas a economia real como as ações ligadas a commodities, o que fez com que o setor de tecnologia ficasse para trás. Agora vemos sinais de retomada das ações de tech, que ganharam força em junho com o investidor voltando a comprar papéis desse setor. Outro ponto para ter no radar é o pacote de infraestrutura nos EUA. Os investimentos de mais de USD 1 trilhão no setor voltam a ganhar espaço com o acordo entre os partidos, podendo beneficiar empresas ligadas a materiais básico e bens industriais que exportam ou tenham exposição aos EUA.
Cenário Brasil
Destaque: o cenário de aumento de juros também aparece no Brasil. Na última reunião do Banco Central (BC), além da decisão de subir a taxa básica de juros em 0,75% elevando a SELIC para 4,25%, o Comitê retirou a frase “ajuste parcial” das condições monetárias, indicando uma elevação mais acentuada dos juros daqui para frente, como atuação para conter a inflação.
Atenção: Nesse cenário, a crise hídrica contribui para o aumento de juros. O regulador determinou a elevação do preço da energia, na tentativa de conter a demanda frente aos baixos níveis dos reservatórios de água. Com o aumento do preço da energia, devemos ver uma elevação da inflação nos próximos períodos.
Outro ponto de atenção é a proposta da reforma tributária, que impactou principalmente empresas distribuidoras de proventos (dividendos e Juros Sobre Capital Próprio). Devemos acompanhar o desenrolar ao longo dos próximos meses, lembrando que há espaço para negociação na proposta.
No radar: ao longo de junho vimos a volta do investidor estrangeiro, que aportou mais de R$10 bilhões na bolsa brasileira pelo 3o mês consecutivo. O investidor global tende a buscar empresas de alta qualidade, o que favorece os nomes fortes da nossa bolsa, além de contribuir para fortalecimento do real frente ao dólar. Depois de chega a R$4,90/USD pela 1a vez no último ano, a perspectiva é que o real siga fortalecido nos próximos meses
Por dentro dos Setores
Destaque: ações de varejo online vem se beneficiando da volta do interesse do investidor por ações de crescimento. Atenção: setores pagadores de proventos, como elétricas, telecomunicação, bancos e alguns shoppings.
Radar: ativos de qualidade, que se beneficiam do capital estrangeiro e são mais resilientes em momentos indefinidos.
Alterações
A alteração desse mês possibilita ao investidor capturar um ganho de capital de 17,6% com a seguinte troca:
A troca desse mês vai em linha com a estratégia de capturar as oportunidades do mercado, dado que o varejo moda deve se beneficiar de forma mais acentuada da reabertura da economia. Aproveitamos para capturar um ganho de 17,6% em Assaí e ter exposição a ativos ligado a retomada com um papel de qualidade como Arezzo.
Referente as outras posições, reforçamos a importância de preservar os ativos sólidos em momentos de incerteza. A carteira hoje está composta de ativos de qualidade, logo entendemos que a melhor estratégia é a manutenção das posições.
1 Retorno desde que o ativo entrou na carteira, com base no fechamento de 30/06/2021, fonte: Economática.
Visão da carteira
Ativos
Exposição
Comparativo de Rentabilidade Carteira X Ibovespa
Sobre ativos
ARZZ3
A Arezzo&Co é uma das principais empresas do varejo de moda do país. Além da marca que leva o nome do Grupo, a própria Arezzo, a companhia tem outras 7 marcas, como Anacapri e Vans, sendo líder em calçados, bolsa e acessórios femininos com lojas espalhadas por todo o Brasil. Além histórico sólido de entregas, vemos a Arezzo&Co como uma empresa inovadora, com capacidade de criação e que soube se adaptar as tendências, principalmente durante a pandemia e o novo estilo “ficar em casa”. Destacamos também as recentes aquisições, como a marca Baw e a Reserva, que reforçam a estratégia de adaptação e atualização das tendências que vemos na companhia.
Somado ao forte posicionamento, destacamos Arezzo como uma oportunidade de investimento para ter exposição a reabertura econômica. A perspectiva é positiva com a vacinação, que deve acelerar a retomada da atividade no próximo semestre e beneficiar as varejistas do segmento de moda, além da expectativa positiva dos resultados do 2o trimestre, com as vendas de dia dos namorados e dia das mães.
MULT3
A Multiplan é uma das maiores operadoras de shoppings centers do Brasil. A companhia conta com 19 unidades espalhadas por Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal e Alagoas. Vale destacar que a grande parte das regiões de atuação da empresa são Estados que concentram boa parte do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, da geração de riqueza do país. Isso é um destaque positivo para o setor de shoppings, que dependem do poder de consumo da população para girar o negócio, principalmente num momento pós-crise.
Em nossa visão, o setor de shoppings tem um potencial de valorização com a reabertura da economia e retomada da atividade. Dentro do setor, a Multiplan se destaca pelo potencial de valorização dado a qualidade do portfólio de shoppings administrados, presença nas principais regiões consumidoras do Brasil. Quando comparada com os outras ações de qualidade do setor, apresentou valorização menor esse ano, abrindo espaço para ganho.
RADL3
A RD é uma das líderes do mercado brasileiro de farmácias. A companhia foi criada em 2011 a partir da fusão entre Raia e Drogasil, hoje o grupo conta com as marcas Droga Raia, Drogasil, Onofre, entre outras, totalizando 2.100 lojas em 23 estados brasileiros.
O segmento de farmácias, apesar de fazer parte do setor de varejo, tem uma característica defensiva, ou seja, depende menos do ciclo econômico e da renda da população para girar. No cenário atual, optamos por aumentar a exposição em empresas de varejo com essa característica, somado ao potencial de receita das farmácias com o momento pandêmico.
Dentre as empresas do setor, a Raia Drogasil possui em seu portfólio marcas com força e capilaridade nacional e a proposta de se tornar um centro de saúde. Tais iniciativas, somado ao histórico forte da empresa e o plano de digitalização (lançar o próprio Marketplace) trazem uma perspectiva positiva para a companhia.
LCAM3
A Unidas, conhecida como Locamerica antes da aquisição da Unidas em 2017, é a segunda maior empresa da indústria brasileira de aluguel de carros. Com uma frota de 165 mil veículos, a companhia presta o serviço completo, operando em: (i) aluguel de carros individuais; (ii) aluguel de frotas e (iii) seminovos.
O resultado do 1o trimestre de 2021 foi destaque positivo no setor de locadoras, potencializado pelo segmento de seminovos. Tal operação se beneficiou do cenário atual, com os preços dos carros novos, que subiram com a falta de matéria prima nas montadoras. Na nossa visão, essa situação pode-se prolongar por mais um trimestre, o que tende a ser benéfico para a Unidas no horizonte próximo.
Adicionamos ao momento atual a boa gestão da companhia, com um perfil inovador e resiliente. Também está no radar a possível fusão com a Localiza, que pode ampliar o potencial ganho da ação por hoje não estar integralmente precificado.
MELI34
Mercado Livre é o maior ecossistema de varejo e meios de pagamento online da América Latina, o grupo opera através da sua plataforma de e-commerce e do Mercado Pago para solução financeira. Presentes em 18 países (entre eles: Argentina, Brasil, México, Colômbia, Chile, Venezuela e Peru), é líder de mercado em cada uma das principais regiões. A ação do Mercado Livre está listada na bolsa de tecnologia dos Estados Unidos, Nasdaq, e está disponível para o investidor brasileiro na B3 como BDR.
Destacamos a empresa como uma das mais bem posicionados entre as varejistas online. O Mercado Livre (i) tem vantagens competitivas em relação aos pares por já ter “nascido” em como uma empresa tech, (ii) é gerida por pessoas que são referencia no setor e (iii) recentemente fez aquisições interessantes que potencializam a sua atuação. O Grupo segue apresentando bons resultados e a ação volta a se beneficiar de um momento positivo para tech.
IVVB11
Esse ETF, gerido pela BlackRock, tem como referência o índice S&P 500, formado pelas 500 maiores ações dos Estados Unidos. As empresas são selecionadas de acordo com critérios como tamanho, liquidez e setor, sendo composto por algumas das principais empresas do mundo, como: Microsoft, Apple, Amazon, Facebook, Alphabet– Google, Johnson & Johnson, Berkshire Hathaway, Visa Inc. e JPMorgan Chase & Co.
As bolsas nos Estados Unidos vêm renovando as suas máximas a cada dia. Além dos trilhões de dólares que já foram distribuídos pelo governo visando a recuperação da pandemia, os dados econômicos têm apresentado sinais de retomada e o governo Biden está trabalhando para aprovar mais pacotes de estímulos. Vemos ainda um potencial de crescimento das bolsas dos Estados Unidos a ser capturado e entendemos esse ativo como um bom nome para compor a carteira.
BBAS3
O Banco do Brasil S.A., um dos maiores bancos do país, é um banco estatal. Ter o governo como acionista controlador pesou na ação do banco esse ano, principalmente após conflitos com o Presidente da República, Bolsonaro, que culminou na troca da presidência do Banco do Brasil.
Entendemos que o desconto que a ação sofreu esse ano abriu oportunidade de compra. Apesar dos riscos de governança e intervenção política, entendemos que a ação tem potencial de valorização considerando a boa carteira de crédito (focada em produtos com alta rentabilidade e baixa inadimplência) do banco e a participação de mercado que vem se mostrando protegida mesmo com o aumento de competitividade no setor pela entrada dos concorrentes digitais, além do banco estar bem posicionado digitalmente, com o alto número de usuários do aplicativo. Mantemos a nossa visão que o Banco do Brasil segue descontado e ainda há espaço para valorização frente aos seus pares do setor.
WEGE3
A Weg S.A. é uma multinacional brasileira fabricante de motores, transformadores e geradores para o setor elétrico, além de outros equipamentos eletrônicos para a indústria. A Weg tem exposição global, com a comercialização de seus produtos em praticamente todos os continentes e a maior parte da sua receita é proveniente de exportação.
WEGE3 foi uma das ações que mais valorizou ao longo de 2020, despontando pelo bom posicionamento e boa gestão da empresa. No atual cenário, acreditamos que a empresa tem potencial de valorização se beneficiando da recuperação econômica internacional e da busca por ativos de qualidade, assim mantemos a nossa perspectiva positiva para a ação.
Objetivo
A carteira recomendada tem como objetivo capturar as melhores oportunidades e performances do mercado de renda variável. Dessa forma, os ativos aqui recomendados não se limitam a uma única classe. A carteira pode ter na sua composição ações, ETFs, BDRs ou outro ativo de renda variável que faça sentido com a estratégia de capturar as oportunidades em diferentes momentos.
O processo de seleção dos ativos é realizado pelo time de estratégia da Corretora Clear. As recomendações ponderam (i) a qualidade dos ativos com (ii) possíveis janelas de oportunidade para compra.
Estratégia
Definimos a estratégia com base no (i) cenário brasileiro, (ii) o potencial de crescimento de outras economias, (iii) a tendência da moeda (R$/USD) e (iv) eventuais fatores específicos dos ativos. Com esse pano de fundo, escolhemos ativos que proporcionem exposição as melhores oportunidade do mercado de renda variável internacional e local.
Atualização
A carteira é atualizada todo começo de mês. Com periodicidade mensal revisamos se a estratégia está alinhada na busca pelo potencial de ganho com a conjuntura econômica mais atual. Nesse cenário, alterações são feitas se necessário.
Cumprindo o objetivo de capturar oportunidades e de acordo com a tomada de decisão baseada em fundamentos, a carteira visa um horizonte de médio prazo. As recomendações feitas são revisadas mensalmente podendo ou não sofrer alterações, a depender da mudança de cenário macroeconômico ou fundamentos de cada ativo.
Composição
A carteira é composta por oito ativos e distribuída igualmente entre eles, sendo 12,5% o peso de cada um. A estratégia adotada considera a diversificação como vetor importante da perenidade dos resultados em um horizonte mais amplo de tempo, sem perder oportunidades de mercado.
Distribuímos a carteira em setores variados, com diversos fatores de risco (como commodities, dólar, crescimento de diferentes economias, entre outros) e diferentes classes de ativos. Entretanto, não foram estipulados parâmetros fixos de cada fator visando a flexibilidade para capturar ao máximo as oportunidades de cada momento.
DISCLAIMER INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Analistas: Roberto Indech – CNPI: 1426
Pietra Guerra – CNPI: 2531
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