3 formas eficientes de proteger sua carteira em momentos de crise

Saiba como escolher ativos que funcionam como um antidoto para prejuízos quando a economia vai mal

Já dizia o ditado: um homem prevenido vale por dois. Manter a calma e se sair bem em momentos de crise é mais fácil para quem se preparou para um possível cenário adverso. E isso vale e muito para o mercado financeiro. A economia é cíclica. Seja por uma desaceleração natural, um impasse político ou uma desordem financeira, as crises acontecem mais cedo ou mais tarde. Quem não se planeja, corre o risco de se desesperar e realizar prejuízos irrecuperáveis nesses períodos.

O mercado de ações costuma ser muito impactado pelas crises. Como os ativos podem ser rapidamente vendidos ou comprados na bolsa de valores, a reação é mais imediata.  Se por algum motivo os investidores se sentem menos confiantes e decidem vender seus papéis, as ações se desvalorizam. Não é nada incomum que um anúncio político, como a entrada ou a saída de um ministro, por exemplo, faça a bolsa cair.

Mas existem alternativas para não ficar refém dessas intempéries. Uma carteira de investimentos inteligente conta com alguns mecanismos que a fazem performar bem mesmo quando a maré não está para peixe. Ter isso em mente pode fazer a diferença na hora de proteger o seu patrimônio das inevitáveis instabilidades. Por isso, veremos neste artigo três excelentes alternativas para minimizar perdas em meio a turbulências do mercado.

Contratos os fundos de ouro

Não seria exagero dizer que o ouro é o melhor ativo que você pode ter em momentos de crise. Além de não perder seu valor intrínseco, conservando seu poder de compra, sua valorização é quase sempre expressiva quando as bolsas estão oscilando.  Ele é visto como um verdadeiro porto seguro quando o assunto é investimento. Dessa forma, contar com ouro na sua carteira funciona como uma balança para compensar possíveis perdas com outras formas de investimento. Veja um exemplo: em 2007, quando a bolsa americana despencou 24% durante a crise, o ouro apresentou valorização de 33%. E isso é recorrente em momentos de turbulência.

Em um cenário de instabilidade econômica, as moedas são pressionadas pelos bancos centrais dos países e perdem força.  Com isso, os investidores voltam as atenções para o ouro, que tem uma relação de oferta e demanda mais controlada. Não é possível imprimir mais ouro, como é feito com as moedas. Ele é um recurso cada vez mais escasso e, consequentemente, mais valioso. Por isso, é uma ótima opção para proteção do patrimônio.

Investir em ouro não significa necessariamente sair do banco com uma reluzente barra do metal valioso. Isso até possível, mas é muito arriscado por conta de roubos e furtos. As alternativas ficam por conta de contratos e fundos de ouro na bolsa. Nos contratos, o investidor compra o ativo diretamente na bolsa de valores e o papel é negociado exatamente como as ações. Existem opções de lotes padrões, de 250 gramas, ou lotes fracionados, como o de 10 gramas. A maior parte das pessoas transaciona esses contratos sem solicitar o metal em espécie, apenas optando pela liquidação financeira na hora de sacar a aplicação. O contrato padrão de ouro negociado na bolsa brasileira apresentou valorização 28% em 2019.

Os fundos de investimento são aplicações bem acessíveis, com valores a partir de R$500,00. Nesse caso, o investidor terceiriza a gestão do ativo a um gestor profissional. O fundo pode ser passivo, que compra o ouro e sofre as variações no preço, ou ativo, que compra e vende ouro de buscando rentabilidades maiores. As transações também são feitas por meio de corretoras ou bancos.

Dólar ou fundos cambiais

O dólar também é um ótimo exemplo de ativo que varia na direção oposta da queda da bolsa de valores brasileira em momentos de crise, servindo como um amortecedor de prejuízo, o que chamamos de hedge. Quando a bolsa despenca, o dólar dispara, principalmente durante crises internas.  Sendo assim, vale direcionar parte dos seus investimentos para a moeda americana.

Além da possibilidade de comprar e vender a moeda em si, há outros tipos de investimentos atrelados ao dólar. Os fundos cambiais, por exemplo, realizam aplicações baseadas em moedas estrangeiras. Assim como no fundo de ouro, um administrador profissional fica responsável por aplicar o montante investido com o objetivo de realizar lucros.  A finalidade principal é manter o poder de compra do investidor junto ao mercado internacional.

Outra possibilidade é o mini contrato de dólar, uma espécie de acordo de compra e venda da moeda que é negociado na bolsa de valores com data e preço pré-definidos. Trata-se de uma operação do mercado futuro e também pode ter um papel protetor na carteira. Porém, é um investimento que também é utilizado para especulação e é bem mais complexo que os fundos, sendo mais recomendado para investidores com experiência.

Fundos internacionais e ETF IVVB11

Investir no exterior também é uma boa carta na manga para se proteger de crises.  Você sabia que o Brasil corresponde a apenas 1% do mercado acionário global? Logo, é muito provável que existam ótimas oportunidades ao redor do mundo. Além disso, alocando parte do seu capital no exterior você evita que seu patrimônio seja integralmente afetado pela conjuntura econômica interna. Em mercados mais estáveis como o dos EUA, investir em ações oferece menos volatilidade e risco.

Assim como no ouro e no dólar, também é possível investir em empresas internacionais por meio de fundos, seguindo o mesmo padrão de conferir ao gestor do fundo a responsabilidade de administrar os ativos. Outra opção são os chamados ETFs (Exchange Traded Funds), fundos que negociados na bolsa de valores que seguem um índice teórico. O IVVB11 é um ETF que replica em reais a perfomance do S&P500 — o índice americano que reúne as 500 maiores companhias de capital aberto dos EUA, como Google, Apple e Amazon. O S&P 500 é um dos principais índices acionários do mundo.  Com a diversificação como principal diferencial, é uma excelente oportunidade para investir no exterior sem precisar abrir uma conta estrangeira.

Fique atento

Apesar de ouro, dólar e investimentos internacionais serem boas opções para se proteger de prejuízos em momentos de crise, lembre-se que esses ativos também estão sujeitos a ciclos e podem sofrer desvalorização. O ideal é diversificar sempre e acompanhar os rumos do mercado financeiro para fazer as melhores escolhas.