Se você não sabe o que é ou não ouviu falar no termo educação financeira, fique tranquilo. Infelizmente, esse tema não é muito bem trabalhado no Brasil. Por exemplo, não aprendemos sobre finanças pessoais ou até empreendedorismo nas escolas. Em alguns países, disciplinas como essas fazem parte da grade curricular obrigatória dos estudantes há tempos.
Como consequência, não temos bons índices sobre o assunto por aqui. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em janeiro de 2020 65,3% da população brasileira estava endividada.
Além disso, menos de 2% da população investe na Bolsa. Ou seja, o brasileiro não está acostumado com investimentos mais arrojados.
Por isso, é importante cada vez mais compartilhar informações de confiança sobre o assunto. Quanto mais gente mais bem educada, melhor será para a economia brasileira.
O que é educação financeira?
A educação financeira é muito mais do que apenas saber economizar o dinheiro. Ela consiste em práticas que tem o objetivo de trazer qualidade de vida tanto no presente quanto no futuro. Ela ensina a construir um planejamento financeiro que visa o bem estar.
Assim, você consegue dominar o seu dinheiro e tem mais consciência do que fazer com ele. Claro que economizar, cortar gastos desnecessários, investir e aumentar seu montante é importante. Mas não se trata apenas disso.
A educação financeira envolve fatores financeiros e emocionais, como se questionar se a compra ou aquisição de terminado produto ou serviço realmente é necessária no momento. Assim, você consegue controlar melhor os seus gastos e planejar a vida com mais tranquilidade.
É importante ter em mente algumas questões, como:
- Eu faço compras por necessidade ou por emoção?
- Consigo controlar meu dinheiro, ou deixo ele guiar minhas escolhas?
- Tenho dívidas ou todas minhas contas estão em dia?
Essas questões podem ser guias para você começar sua educação financeira. Lembre-se sempre que você deve controlar o dinheiro, e não o contrário. E saber o que fazer com ele é o próximo passo.
Portanto, a educação financeira é o ato de conseguir controlar o dinheiro no tempo, melhorando sua qualidade de vida e conseguindo se planejar financeiramente para alcançar o que se deseja.
A importância da educação financeira
Ela é muito importante para se alcançar a independência financeira. Com a independência financeira é possível fazer planos, investir e até realizar aquele sonho de infância. Portanto, entender as suas necessidades, gastos e como lidar com o dinheiro é uma das etapas para garantir mais qualidade de vida.
Se educar financeiramente faz parte de um planejamento de vida. Ter uma vida financeira saudável é o principal passo para não se endividar. E as dívidas podem causar diversos prejuízos não só financeiros, mas também emocionais.
Além disso, muita gente associa o acúmulo de dinheiro, a riqueza, à sorte. Mas não é sempre assim. A riqueza pode ser resultado do planejamento de alguém bem educado financeiramente.
O que você faz com o seu dinheiro interfere na possibilidade de acumular dinheiro.
Por exemplo, todo mês você ganha R$ 3.000,00 de salário. Você utiliza R$ 1.800,00 para pagar as contas. O resto, gasta com passeios, roupas, serviços de assinatura e outras compras. Os R$ 200 que sobra, deixa na sua conta corrente.
Nessa situação, você não está fazendo as melhores escolhas financeiras. Primeiro, é necessário sempre avaliar se os gastos e compras realmente são necessários para aquele momento. É claro que não é possível mexer nas contas, como aluguel e conta de luz. Mas será que é necessário comprar roupas todo mês? É preciso sempre questionar os gastos.
Além disso, deixar o dinheiro que sobra na conta corrente é deixar de colocá-lo em investimentos que possam fazê-lo render. Mas, para isso, é necessário estudar. Por isso a educação financeira é tão importante.
Pensamento no futuro
Um ponto importante da educação financeira é o pensamento no futuro. Além de garantir uma vida mais estável financeiramente no presente, é a capacidade de se antecipar aos riscos do futuro. Assim, você consegue evitar os famosos “perrengues” financeiros.
Ela garante também a habilidade de conseguir honrar com todos seus compromissos financeiros, sem abrir mão de coisas que aumentem sua qualidade de vida.
A educação financeira é apenas para quem tem muito dinheiro?
Se engana quem pensa que esse é um assunto que deve ser tratado apenas por quem tem fortunas de dinheiro. É justamente o ponto essencial do tema: ela é e deve ser para todos.
Claro que as necessidades e possibilidades de quem ganha R$ 200 mil por mês não é a mesma de quem ganha R$ 3.000. Mas a educação financeira tem a missão de fazer com que cada um consiga aplicar seus conceitos dentro de sua realidade. Não importa o quanto se ganha ou se tem.
O importante é, dentro da sua realidade, de quanto você ganha e tem, conseguir controlar o dinheiro e se planejar.
Educação financeira nas escolas
A educação financeira infantil é um caminho para que o assunto seja introduzido na vida das pessoas de maneira natural e desde muito cedo. Assim, quando chegar na fase adulta e ter o seu próprio dinheiro, ela terá construído conhecimentos ao longo do tempo e saberá se planejar financeiramente com mais naturalidade.
E as perspectivas sobre o tema no Brasil são positivas. No começo desse ano, o Ministério da Educação (MEC) tornou a educação financeira matéria obrigatória na Base Nacional Comum Curricular. A partir de 2020, tornou-se obrigatório o ensino de educação financeira para crianças em todas as escolas brasileiras.
A proposta é muito positiva, já que incluir esse assunto para crianças de diferentes estados, com diferentes condições financeiras, aumenta as chances de os brasileiros saberem lidar melhor com o dinheiro no futuro.
E isso pode se refletir positivamente na economia do país. Assim, teremos boas chances de termos menos brasileiros endividados e mais pessoas investindo o dinheiro de maneira consciente.
Investimentos: o que são e como começar
Outro ponto importante da educação financeira é informar sobre os diferentes tipos de investimentos que existem no mercado. Assim, em vez de apenas deixar o dinheiro parado na conta, dá a possibilidade de aplicá-lo em ativos rentáveis, ou seja, que farão o seu dinheiro render no tempo.
No mundo financeiro, um investimento significa aplicar seu dinheiro esperando um rendimento futuro. Ou seja, você aplica X e em, por exemplo, um ano espera resgatar X+200 reais.
Se você quer começar a investir, primeiro precisa organizar suas finanças. Coloque no papel o que você ganha por mês e todos os seus gastos fixos, como aluguel, conta de luz e escola dos filhos.
Depois, olhe para os seus gastos que não são contas fixas. Por exemplo, gasolina, idas ao salão de beleza e gastos com restaurantes. Avalie quais gastos são necessários e quais podem diminuir ou até serem cortados.
Com isso, você conseguirá calcular o quanto de dinheiro terá disponível para investir. E não se preocupe: não é necessário altos valores para começar a investir. É possível começar com pouco dependendo do tipo de investimento que escolher. ´
Tipos de investimento
Existem dois tipos de investimento: os de renda fixa e os de renda variável. Os ativos de renda fixa são aqueles em que você sabe o quanto o dinheiro vai render no momento em que aplica o dinheiro. Já os de renda variável, você não tem previsibilidade de quanto e se o dinheiro irá render – portanto, o risco é mais alto.
Para quem quer começar a investir, é mais indicado conhecer os ativos de renda fixa, como Tesouro Direto e CDB. Eles são mais seguros e trazem menos riscos ao investidor.
Mas para quem tem um perfil agressivo, a renda variável pode ser indicada. Por exemplo, investir em ações ou derivativos.
O importante é que você escolha investimentos de acordo com o seu perfil de investidor. Para isso, conte com uma corretora de valores, como a Clear, para te auxiliar nesse processo.
Livros de educação financeira
Uma das maneiras de você conhecer mais sobre o tema, é procurando livros sobre educação financeira. Eles podem te dar uma visão mais ampla sobre o tema e ajudar a aplicar as práticas no seu dia a dia.
Separamos alguns livros para te auxiliar nesse aprendizado:
O Dinheiro: aprenda a cuidar do seu brincando – Cristina Von
O primeiro livro da nossa lista é sobre educação financeira para crianças. O livro explica a origem do dinheiro, e introduz os pequenos a temas como imposto, salário e orçamento – conceitos importantes para entender como o mercado funciona.
Tudo isso de maneira simples e lúdica para ser assimilado por elas.
The Millionaire fast lane – MJ DeMarco
Nesse livro, o autor – que é fundador de uma empresa de mídia, apresenta estratégias para quem quer empreender. Ele desconstrói a gestão econômica do dinheiro e mostra como alcançar a independência financeira pensando no futuro.
Pai Rico, Pai Pobre – Robert Kyosaki
O livro foi escrito pelo milionário Robert Kyosaki e se tornou um clássico das finanças. No livro, ele conta a história de seu pai biológico – que nunca alcançou a liberdade financeira, e do pai de um amigo – que acumulou riqueza ao longo do tempo e passou os conhecimentos à Robert.
No livro, ele mostra em como desenvolver um pensamento empreendedor e como educar para acumular riquezas.
Conclusão: a educação financeira é o primeiro passo para sua liberdade
A educação financeira é um fator importante para alcançar a liberdade financeira, ou seja, não depender de ninguém para suprir suas necessidades no que diz respeito ao dinheiro. Com ela, é possível se planejar melhor e conseguir investir o dinheiro.
Quando nos planejamos, as chances de realizarmos planos e sonhos é muito maior. Ou seja, conseguimos aumentar nossa qualidade de vida.
Além disso, viver endividado não é uma opção saudável. Arcar com suas contas e ainda ter um dinheiro para coisas não essenciais é importante para manter uma vida saudável e organizada.
Portanto, o quanto antes você começar a se educar financeiramente, melhor. E conte com a Clear para aprender mais sobre o mundo financeiro.