“Realizar análises em tempos de crise funciona?” foi o tema da palestra virtual apresentada pela influenciadora Ana Laura Magalhães
A palestra do Explica Ana, Podcast em que a influenciadora e especialista em investimentos Ana Laura Magalhães e convidados debatem sobre o universo das aplicações financeiras, no Master Trader Online, o maior evento virtual do ano da Clear em parceria com a B3, contou com outros dois convidados de peso: o economista e influenciador Pit Money e Tio Huli, analista CNPI e investidor profissional.
As análises e os trades
Segundo Tio Huli, as primeiras coisas que todo investidor tem que ter claro quando vai começar uma operação, seja pela análise fundamentalista ou técnica, são: por que está comprando, por que está mantendo e por que vai sair da operação.
“Se a gente não tiver esse plano de voo feito antes de começar uma operação, a gente fica ao vento. Ou seja, por onde o vento soprar a gente vai e assim não consegue relaxar de verdade quando o mercado fecha. A gente tem que focar a nossa tensão só quando a bolsa está aberta”, explica.
Para o influenciador Pit Money, o desgaste mental também importa na hora escolher a estratégia de investimento. “Eu fui trader de 2012 a 2018 e operei todos os pregões nesse período. Não tirei férias. Eu operava com análise técnica e eu acho que o grande lance do trader é saber o que funciona para ele. Durante esses anos todos eu fui melhorando minha estratégia e desenvolvendo novos setups. Como Tio Hule frisou, eu fui me cansando, porque o trader não desliga nem quando a bolsa está desligada”, diz Pit.
Segundo ele, o trader tem que usar a análise técnica a favor dele, mas que hoje usa apenas a análise fundamentalista para ações, na modalidade buy and hold. “Quando você investe no longo prazo, o buy and hold, você está trocando o seu dinheiro pelo trabalho de alguma outra empresa e hoje eu me sinto mais confortável com essa estratégia. Mas tem que ver o que funciona para cada investidor individualmente e momento de vida”, conclui.
Preços das Ações Vs Compra
Segundo Ana Laura, não é porque o preço de uma determinada ação caiu, que o investidor deve colocar na carteira, como bem explicado pelo analista Tio Hule.
“O preço pode cair mais do que os fundamentos, então aí a gente quer comprar mais. Mas se os fundamentos caírem em um ritmo mais acelerado do que o preço, aí a ação realmente ficou mais cara, ou seja, a gente tem que fazer um paralelo entre fundamentos e preços”, diz.
Para ele, vale se perguntar como que o fundamento da empresa está no momento e como estará depois do evento que fez o preço cair, como por exemplo, pós crise causada pelo novo coronavírus.
“Normalmente o mercado acaba exagerando no preço mais do que os fundamentos se deterioram, mas tem algumas indústrias que funcionam de maneira diferenciada. Vou dar um exemplo da indústria bancária aqui no Brasil. Eu acredito que os preços caíram mais do que os fundamentos, então acho que abriu uma oportunidade de comprar bancos, diferentemente da indústria de transporte aéreo, da GOL e da Azul, por exemplo”, conclui.