“A rotina de um gestor e de um chefe de risco nos 40 dias de crise” foi o tema da palestra virtual
A palestra do Stock Pickers, o maior podcast sobre ações do Brasil, no qual analistas debatem sobre mercado financeiro, seus movimentos e tendências, no Master Trader Online, o maior evento virtual do ano da Clear em parceria com a B3, foi apresentada por Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, Renato Santiago, coordenador da XP Educação e pelo estrategista-chefe da Clear Corretora, Roberto Indech.
Como convidados, estavam presentes Carlos Eduardo Rocha, CEO da Accam Brasil, André Komatsu, COO da RPS Capital e Cicero Vieira, vice-presidente de operações da B3, para um debate sobre a crise de 2020, causada pelo novo coronavírus, e o impacto dela no dia a dia de pessoas do mercado.
Crise de 2020 e o circuit breaker
“Recentemente passamos por um dos momentos mais traumáticos, turbulentos e caóticos da história do mercado financeiro mundial. Nunca a bolsa caiu em uma velocidade tão rápida. O mundo todo tendo essa queda que a gente viu tão forte e na falta de um, vieram 6 circuits breakers”, explicaThiago Salomão.
Como explicou Cicero Vieira, da B3, o circuit breaker, um mecanismo que existe não só no Brasil, mas no mundo inteiro, com o objetivo de conter a volatilidade do mercado, foi criado na crise da ásia, em 1.997 pelo conselho de administração da Bovespa, antiga B3.
Quando o mercado cai 10% o circuit breaker é acionado por 30 minutos. Se cair mais 15% no total, para por uma hora e, se cair 20%, para por tempo indefinido a critério da B3, que vai analisar a situação e decidir.
“Eu já vi vários circuits breakers, mas confesso que como em março de 2020 nunca tinha acontecido. A gente teve 6 acionamentos e quase chegando a um sétimo”, diz Cicero.
As gestoras de fundos em meio à crise
Segundo Carlos Eduardo Rocha, da gestora Accam Brasil, o segredo é sempre trabalhar com proteção e estar preparado antes do evento, garantindo mais tranquilidade para agir durante a crise.
“Nos fundos multimercado, sempre que compramos uma ação, por exemplo, vendemos um derivativo em cima, ou vendemos uma outra ação que não gostamos muito. Quando tem risco traumático, como foi em março, em que a volatilidade quadriplicou, estávamos bem ajustados, mais aplicados nos juros do que posicionados na bolsa. Isso porque, estávamos desconfortáveis os valuations e com o que estava acontecendo com o coronavírus na China”, diz.
“Além disso temos stop por posição, ou seja, se um papel descola muito em relação ao mercado, temos que stopar ele e aumentar a posição vencedora. Temos um critério de liquidez em que podemos sair até 15 dias de qualquer posição nossa, hoje a gente demora menos de 5 dias para sair de qualquer posição, enfim, alguns cuidados são tomados”, completa.