Long & Short: entenda como funciona!

Long & Short: saiba mais sobre essa possibilidade de ganhos em meio a um cenário de incertezas na Bolsa de Valores

Em momentos de instabilidade da Bolsa de Valores ou do mercado andando de lado, sem uma tendência clara, algumas operações ganham destaque tendo em vista sua capacidade de lucrar mesmo com o mercado financeiro não vivendo um momento favorável.

Uma dessas operações é a de Long & Short, na qual se monta uma posição na ponta compradora e outra na ponta vendedora com diferentes ativos, buscando lucrar na diferença da rentabilidade deles.

Neste artigo vamos te explicar no detalhe – e na prática – como funcionam essas estratégias e como é possível lucrar com elas na Bolsa de Valores. Vamos lá?

Long & Short: o que é e como funciona?

Long & Short, nada mais é do que uma operação feita por duas pontas, na qual se monta uma posição na ponta compradora e outra na ponta vendedora com diferentes ativos com o objetivo de lucrar na diferença entre as duas.

Ou seja, para iniciar uma operação como esta, é necessário escolher um par de ações: o papel que será comprado (“Long”) é aquele que o investidor acredita que haverá uma maior valorização, por sua vez, o papel que será vendido (“Short”) é aquele cuja expectativa é de uma valorização menor. Ou, espera que a desvalorização da ponta Short seja maior que a da ponta Long.

Essa operação permite alavancagem financeira, pois é lastreada com margens de garantia e recomendada exclusivamente para investidores com perfil agressivo, uma vez que envolve uma alta relação de risco Vs retorno.

Como montar operações Long & Short?

As operações de Long & Short podem ser feitas de muitas maneiras, dependendo dos estudos e apetite ao risco de cada investidor.

No entanto, existem três operações mais comuns. São elas:

Operações de uma mesma empresa

Vamos pensar em um exemplo prático.

Mas, antes disso, vamos deixar claro que se trata de um exemplo, ok? Não recomendamos sob nenhuma hipótese que você siga o exemplo abaixo – monte suas operações com base em estudos e análises.

Imagine que você está comprado em PETR3 – uma ação ordinária –  e vendido em PETR4 – uma ação preferencial. Repare que apesar de serem da mesma empresa, no caso a Petrobras, são ações diferentes.

Mas, por qual motivo você faria essa operação?

Porque você possivelmente identificou algum tipo de distorção fazendo a análise do preço dessas duas ações – seja por meio da análise gráfica ou fundamentalista – que a PETR3 está com um preço mais defasado do que a PETR4 e você acha que nos próximos dias o mercado vai ajustar o preço entre as duas.

Então, por isso, você compraria a PETR3 e venderia a PETR4 imaginando que, em um determinado período, haveria um ajuste desse preço e, portanto, conseguiria obter lucro na diferença entre as duas.

Em outras palavras, você espera que a PETR3 nos próximos dias suba mais do que PETR4 e não necessariamente que a primeira vai subir e a segunda cair, afinal estamos falando de um mesmo ativo.  O que você espera nesse caso é que uma suba menos do que a outra e você consiga ganhar nessa diferença entre elas.

Isso pode ser feito com outras ações de uma mesma empresa que possuam ações preferenciais e ordinárias, ou ordinárias e units ou preferenciais e units e assim por diante.

Ativos de um mesmo setor

Esse tipo de operação, também bastante comum, é feito por meio de ações de empresas diferentes, porém de um mesmo setor.

Vamos novamente para um exemplo prático.

Suponhamos que você queira comprar uma CSNA3 (Companhia Siderúrgica Nacional e vender uma USIM5 (Usuminas) – duas siderúrgicas – porque acredita que, por questões internas ou externas, a CSN nos próximos dias, meses ou anos, vai subir mais do que a Usiminas e por isso vale apena fazer essa operação de Long & Short com essas ações.

Mas, por que fazer essas operações com empresas do mesmo setor podem apresentar menor risco do que setores completamente diferentes?

Simples. Nós sabemos que notícias externas relacionadas a esse mercado vão impactar de uma forma parecida essas duas empresas, como o preço do minério de ferro, por exemplo.

Sem dúvidas essa notícia impactaria as duas empresas do setor, mas não necessariamente na mesma proporção – esperamos que vá existir uma distorção ou que uma vai ter uma reação a essa notícia um pouco diferente e o investidor pode buscar lucrar nessa diferença entre os dois ativos.

A mesma operação pode ser feita com ações de bancos, por exemplo, e demais ações de um mesmo setor.

Ativos Vs Índice Ibovespa

Nesse caso, vamos ao seguinte exemplo: quando você compra e faz a ponta long de uma PETR4, por exemplo, e fica short em BOVA11, o que você está esperando?

Que a PETR4 subirá mais que o índice Ibovespa, no caso representado pelo BOVA11, e o mesmo pode ser feito ao contrário – comprado em BOVA11 e vendido em PETR4.

Novamente vamos deixar claro que estamos falando de exemplos, ok? Não recomendamos sob nenhuma hipótese que você siga o exemplo abaixo – monte suas operações com base em estudos e análises.

No vídeo abaixo, o especialista em Renda Variável Marcel Andrade, explica no detalhe o que é e como funcionam essas operações: 

https://youtu.be/0ytHvcwVPwU

Como declarar operações Long & Short?

A tributação das operações Long & Short segue a mesma regra das operações com ações, com apuração do lucro (diferença positiva entre o valor da venda das ações e o custo da aquisição) nas posições comprada e vendida, a alíquota de 15% em operações de swing trade e 20% em operações de Day Trade.

E quais são os custos?

A corretagem para operações Long & Short na Clear é ZERO. Ou seja, para fazer a ponta long e a ponta short, corretagem, na Clear, você não irá pagar.

No entanto, existem outros custos, como por exemplo as taxas cobradas pela B3, a Bolsa de Valores brasileira, como emolumentos e taxa de liquidação, que tratam-se de um pequeno percentual sobre o volume.

“Se eu comprar 10 mil reais de um ponta long e vender 10 mil reais e uma ponta short, terei negociado um volume financeiro de 20 mil reais. Sobre esses 20 mil reais serão aplicadas as taxas de emolumentos e liquidação, que são iguais em todas as corretoras, para todos os clientes”, explica Marcel.

Outro custo que você terá com essa operação, é com o aluguel das ações. “Quando eu faço uma operação de aluguel eu tenho dois custos. O primeiro custo é a taxa de aluguel ao ano que eu irei pagar ao doador pelo empréstimo das ações. Ou seja, alguém apenas aceita doar uma certa ação para mim porque será remunerado por isso, certo? ”, finaliza.

Além disso, existe outra taxa que a Bolsa cobra por cada um dos contratos liquidados, por ter custodiado e garantido toda a segurança do processo.

No vídeo abaixo, Marcel Andrade, explica melhor sobre custos e tributação nas operações de long & short:

 

https://youtu.be/kkYLD5FHlB0