Ações da Magazine Luiza: entenda por que MGLU3 é considerada uma growth stock e saiba se é hora de comprar ou vender esses papéis
Até mesmo quem não investe em renda variável já ouviu alguma coisa sobre a gigantesca valorização das ações da Magazine Luiza na bolsa de valores. Afinal, os papéis da companhia valorizaram surpreendentes 1000% em quatro anos.
Mas será que mesmo depois de todo esse crescimento ainda há espaço para mais expansão? Para responder essa pergunta, precisamos entender o que é uma growth stock e por que as ações da Magazine Luiza se enquadram nessa classificação.
O que são growth stocks
Growth stocks são ações de crescimento rápido. Esse tipo de papel pertence a empresas que apresentam uma elevação de suas receitas e lucros em uma proporção muito maior do que seus concorrentes e do que a própria indústria em si.
Esse movimento ocorre principalmente devido ao foco da gestão da companhia em obter um crescimento acelerado. Empresas que optam por esse tipo de direcionamento usam mão de todas as alternativas possíveis para financiar, no menor prazo possível, um grande crescimento, deixando a concorrência para trás.
Crescimento e mudanças macrossociais
Para investir em empresas de crescimento rápido, é preciso analisar primeiramente as questões qualitativas da companhia, principalmente o seu comportamento frente à concorrência e às mudanças macrossociais. Dessa forma, é possível compreender se a empresa ainda tem espaço para crescer de forma acelerada.
Para exemplificar como as mudanças macrossociais podem representar oportunidades de expansão, vejamos o exemplo das empresas de locação de veículos. Nos últimos anos, muita gente vem optando por não ter mais um carro na garagem.
Ao colocar as despesas com o veículo na ponta do lápis, algumas pessoas chegam à conclusão de que é mais vantajoso alugar um carro apenas quando há necessidade.
Além disso, muitos motoristas de aplicativos, em vez de comprar um carro para trabalhar, preferem alugar. Essa mudança no comportamento das pessoas elevou o potencial de crescimento das empresas de locação de veículos.
Como avaliar uma growth stock
De qualquer forma, além de entender como as mudanças macrossociais afetam o setor, antes de escolher uma growth stock para investir, é muito importante conhecer a gestão e as decisões da companhia, como ela lida com as finanças, quais são seus custos, quanto investe em tecnologia e, em paralelo, analisar os relatórios financeiros para acompanhar o quanto a empresa vem crescendo.
Para uma ação ser considerada growth stock, ela deve apresentar uma média de crescimento médio no lucro líquido de pelo menos dois dígitos nos últimos cinco anos, ou seja, ao menos 10%.
Um dos objetivos de analisar esse histórico de cinco anos ou mais é justamente identificar como a empresa se comporta em momentos de crise, como o que estamos enfrentando agora com a pandemia do novo coronavírus.
Por mais que muitas companhias estejam passando por um momento difícil atualmente, a expectativa é que a retomada da economia traga oportunidades de crescimento.
Outra característica das growth stocks é que elas têm um valuation muito alto. Mas, apesar de essas companhias apresentarem o indicador Preço/Lucro elevado, o que mostra que a ação está cara, o investidor consegue enxergar que a empresa ainda pode continuar crescendo nos próximos anos.
Investimento de longuíssimo prazo
Quem opta por investir em uma growth stock, deve ter clareza de que não poderá contar com dividendos expressivos no curto prazo. Afinal, essas empresas possuem um crescimento acelerado justamente por pegarem a maior parte do lucro e reinvestirem na própria companhia.
Sendo assim, elas distribuem entre os acionistas apenas o lucro mínimo previsto na lei das S.A ou no próprio estatuto da empresa, utilizando o restante para investimentos que impulsionem o seu crescimento, seja perante a concorrência ou focando em inovações para conquistar novos mercados.
É comum que exista uma confusão entre o que são small caps e growth stocks. Small caps são empresas que têm valor de mercado relativamente baixo e, em geral, são mais jovens e não são acompanhadas pela maior parte do mercado, o que permite uma dinâmica diferente.
Small caps são consideradas ações de longo prazo, enquanto as growth stocks são de longuíssimo prazo, o que pode representar 15 ou 20 anos. Inclusive, uma boa growth stock pode nunca precisar ser vendida, já que pode acontecer de a empresa se consolidar e virar uma boa pagadora de dividendos.
Por se tratar de uma grande aposta no futuro, o investimento em growth stocks envolve alto risco, mas também tem grande potencial de ganhos, como 100, 200 ou até 300%. Mas, para isso, é preciso acompanhar de perto a gestão da empresa para entender até quando ela poderá continuar crescendo.
Magazine Luiza
A varejista Magazine Luiza (MGLU3) é um excelente exemplo de growth stock.
Além de ter feito uma verdadeira revolução em quatro anos, se valorizando mais de 1000%, a empresa continua apresentando uma boa taxa de crescimento.
Desde seu o Initial Public Offering (IPO), em maio de 2011, a Magazine Luiza valorizou 2889% até maio de 2020. Enquanto isso, o Ibovespa entregou apenas 19% de retorno no período.
Vale a pena comprar ações da Magazine Luiza hoje?
Os investidores mais tradicionais tendem a preferir ações com múltiplos mais baixos e podem pensar que já seria uma boa hora para vender seus papéis de Magazine Luiza. O múltiplo P/L dessa companhia está próximo ao da gigante do varejo americano Amazon, ou seja, muito elevado.
Entretanto, a Magazine Luiza continua investindo em pesquisa e desenvolvimento, tendo a inovação como um de seus principais pilares. Sendo assim, a expectativa é que o lucro continue crescendo e que, no futuro, o P/L atinja um valor equilibrado, o que faz valer a pena pagar “caro” por este papel agora.
Quem investe pensando no longuíssimo prazo pode continuar apostando nesses papéis. Afinal, a empresa vem se mostrando resiliente e preparada para enfrentar momentos de turbulência.
Mesmo diante da crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus, as ações de MGLU3 subiram mais de 29% no mês de maio. Seu foco em inovação garantiu um e-commerce forte, que fez a diferença durante o período em que as pessoas enfrentavam o isolamento social.
Mesmo que o setor varejista seja impactado pela crise, a Magazine Luiza continua apresentando uma perspectiva positiva no longo prazo, por conta de seus bons fundamentos, sua gestão eficiente e do seu foco em inovação e expansão.
Portanto, se você tem uma estratégia de longo ou longuíssimo prazo, continua valendo a pena investir nas ações da Magazine Luiza. Mas não se esqueça de continuar acompanhando a gestão e os resultados da empresa de perto para identificar até quando essa tendência irá se manter.
Bons investimentos!