Ações para junho de 2025: carteira defensiva e hedge!

Mão segurando um smartphone exibindo dados financeiros, com uma xícara de café ao lado, representando o acompanhamento do da carteira de ações para junho.

Quais são as melhores ações para junho? Em um mercado que se mantém incerto, apresentamos uma análise completa e a carteira recomendada para o mês! 

Em maio, o cenário já era desafiador, e a tendência é que junho siga o mesmo caminho. Quais estratégias adotar e como proteger seus investimentos? 

Neste conteúdo, será analisado: 

  • O desempenho da carteira de ações recomendadas em maio; 
  • O cenário macroeconômico (guerra comercial, FED, Brasil); 
  • Análise e previsão do Ibovespa nos próximos meses; 
  • As novas ações recomendadas para junho (e por quê!); 
  • Como montar um hedge para proteger sua carteira. 

Continue a leitura e descubra as melhores ações para junho! 👇 

Desempenho da carteira de ações recomendadas em maio de 2025 

Em maio, a carteira recomendada da Clear mostrou resiliência, entregando um retorno de 3,33%, enquanto o IBOV registrou 1,45%. O resultado foi de uma performance 229% acima do Ibovespa.  

No acumulado do ano, a carteira apresenta um retorno de 23,94%, contra 13,44% do Ibovespa (178,12% acima do índice de referência), também extremamente positivo. 

​​Carteira de ações — maio/25 
Ativos Rentabilidade IBOV 
TAEE11 ​-0,19% ​1,45% 
CXSE3 ​-6,05% ​1,45% 
SAPR11  ​6,64% ​1,45% 
EQTL3 ​1,42% ​1,45% 
CPLE6 ​9,89% ​1,45% 
VVBR3 ​7,34% ​1,45% 
TIMS3 ​3,40% ​1,45% 
SUZB3 ​-0,86% ​1,45% 
SOJA3 ​8,42% ​1,45% 
Total abr/25: 3,33% 1,45% 
% acima do IBOV (mês) 229,65% 
Rendimento total carteira: 23,94% 
Rendimento total IBOV: 13,44% 
% acima do IBOV (total): 178,12% 

Quer conferir esta análise em vídeo? Confira o conteúdo no canal da Clear: Ações para junho: carteira defensiva (KLBN11, SOJA3 e mais!) 

Cenário econômico atual

Novamente, o cenário macroeconômico exige atenção redobrada, com incertezas tanto no âmbito global quanto no nacional. 

Por isso, antes de detalhar as novas posições da carteira recomendada de ações, entenda: 

Cenário externo: Guerra Comercial e FED

A guerra comercial entre EUA e China continua a ser um fator de grande impacto na economia global, gerando incertezas sobre o crescimento, a inflação e o comércio internacional.  

A imprevisibilidade aumenta mais ainda após a Corte de Comércio Internacional dos Estados Unidos anunciar uma decisão judicial contra as tarifas impostas — da qual o governo Trump recorreu e venceu. 

A China ainda mencionou que conversas comerciais com os EUA estão avançando, mas mantendo uma postura firme, sem previsibilidade de uma decisão. 

Além disso, a “super quarta” ocorrerá no dia 18 de junho de 2025. Esse é o dia em que a Bacen e o FED divulgam as taxas de juros do Brasil e Estados Unidos no mesmo dia, adicionando ainda mais volatilidade ao mercado

Petróleo e o conflito entre Israel e Irã 

A escalada do recente conflito entre Irã e Israel também tem seu papel na tensão do mercado, principalmente em relação ao Petróleo. Os preços da commodity dispararam, com o Brent e o WTI registrando altas superiores a 3%

Ataques mútuos e o crescente temor de uma intensificação da crise já acendem um alerta sobre o fornecimento global. A preocupação se concentra, principalmente, nas exportações que passam pelo Estreito de Ormuz. 

A situação permanece instável, com investidores avaliando os impactos de uma possível interrupção no fluxo da commodity

A percepção de risco no mercado segue aumentando, especialmente após a saída de Donald Trump da cúpula do G7 e sua orientação de evacuação para a população de Teerã, no Irã

Acompanhar os próximos acontecimentos será crucial para entender o real risco no mercado para os investidores. 

Cenário no Brasil: Medidas fiscais

No Brasil, a dificuldade em equilibrar as contas públicas é um ponto de atenção constante. A meta fiscal para 2025, que busca o equilíbrio entre receitas e despesas, enfrenta desafios significativos com a dificuldade em aumentar a arrecadação.  

A tentativa frustrada de aumentar o IOF gerou preocupação no mercado sobre as próximas medidas que o governo adotará para alcançar a meta fiscal. 

A credibilidade da política fiscal é fundamental para a estabilidade econômica e para a atração de investimentos. Medidas populistas ou que não promovam o crescimento sustentável podem ter um impacto negativo no mercado e na confiança dos investidores. 

Performance do Ibovespa

A análise do histórico do Ibovespa revela que, após um longo período de alta de 2016 a 2020, seguido pela queda na pandemia e rápida recuperação, o índice tem se mantido em uma consolidação desde 2021

Essa consolidação apresenta uma peculiaridade: ao longo dos anos, houveram algumas tentativas de renovação de topo histórico, mas que não resultaram em uma tendência de alta e sim numa devolutiva do movimento. 

Além disso, a formação de um topo duplo (falha em renovação de máxima histórica) no mês de maio é um sinal de alerta. Caso o preço volte a aumentar com volume vendedor, poderemos ver uma correção mais acentuada no curto prazo. 

“Estamos há 3 meses em alta no nosso IBOV, que representa uma alta de 15%. Então, eu vejo que abriu espaço para uma possível correção e por isso selecionamos ativos mais defensivos para a carteira de junho.”

— Rafael Perretti, trader e analista na Clear Corretora. 

📈 Confira a análise em vídeo para ver na prática os movimentos do gráfico: 

Ações para junho: carteira defensiva (KLBN11, SOJA3 e mais!) 

Veja a carteira de ações recomendadas para Junho 2025 

Diante do cenário econômico de incertezas e da expectativa de uma possível correção no Ibovespa, a carteira recomendada de ações para junho adota uma postura ainda mais defensiva.  

O objetivo é proteger o capital e, ao mesmo tempo, buscar oportunidades de valorização. 

Quais foram as mudanças e por quê? 

Ao analisar a performance dos ativos no mês de maio, quase todos tiveram um cenário positivo. O ponto de atenção se concentra na Caixa Seguridade (CXSE3), com -6,05%. 

A análise do gráfico mostra a dificuldade que o ativo tem demonstrado em romper a região dos R$15,60/R$16,00 e se manter acima desse nível de preço. Além disso, a quebra da LTA (Linha de Tendência de Alta) indica um possível movimento de curto prazo mais vendedor. 

Dessa forma, o ativo sairá da carteira de junho e será substituído por Klabin (KLBN4). A adição dessa ação é justificada pelo evaluation, considerado atrativo após as quedas recentes, além de possuir um perfil mais defensivo (beta abaixo de 1). 

A análise técnica também sugere uma possível reação compradora e a formação de um pivô de alta. 

A expectativa para o ativo segue otimista no curto e no longo prazo, pelo potencial de valorização com uma possível alta do dólar, beneficiando as empresas exportadoras.  

Nova carteira de ações para Junho: 

Dessa forma, a carteira de ações recomendadas de junho fica assim: 
 

  • TAESA (TAEE11) 
  • Klabin (KLBN4) 
  • SANEPAR (SAPR11) 
  • Equatorial (EQTL3) 
  • Copel (CPFL6) 
  • Vibra (VVBR3) 
  • Tim (TIMS3) 
  • Suzano (SUZB3) 
  • Soja (SOJA3) 
​​Carteira de ações — junho/25 
Ativos Beta % da carteira 
TAEE11 ​0,42 ​11,1% 
KLBN4 ​0,43 ​11,1% 
SAPR11  ​0,59 ​11,1% 
EQTL3 ​0,79 ​11,1% 
CPLE6 ​0,77 ​11,1% 
VVBR3 ​1,05 ​11,1% 
TIMS3 ​0,6 ​11,1% 
SUZB3 ​0,33 ​11,1% 
SOJA3 ​0,68 ​11,1%​ 

Atualmente, a carteira da Clear está 10,5% acima do IBOV no rendimento anual (23,94% contra 13,44% do Ibovespa).  

“Até o mês atual, nem o CDI performou 10% — ou seja, estamos com uma margem muito confortável acima do IBOV.”

— Rafael Perretti, trader e analista na Clear Corretora. 

Considerando essa margem, há duas possibilidades: 

  1. Seguir com a carteira normalmente; 
  1. Seguir com a carteira e montar um hedge, para ter ainda mais proteção durante o cenário incerto e a possível correção do IBOV. 

O que é hedge? 

A estratégia de hedge consiste em realizar operações que compensem as possíveis perdas da carteira em um cenário de queda do mercado. É como uma tentativa de “seguro” para sua carteira em momentos de incerteza. 

Ter um beta menor que o Ibovespa, por exemplo, é uma ótima maneira de deixar sua carteira ainda mais defensiva. 

O que é beta e por que ele é importante? 

O beta é uma medida que indica a variação que um ativo tem em relação aos movimentos do Ibovespa. Se um ativo tem um beta 1, ele seguirá os mesmos movimentos: se o IBOV subir 1%, o ativo também subirá 1%. 

Um beta menor que 1 indica que o ativo tende a oscilar menos do que o índice de referência, fazendo com que seja mais defensivo em momentos de turbulência. Empresas mais maduras que costumam ter uma menor volatilidade e, consequentemente, um beta menor que 1. 

Os betas dos ativos podem ser encontrados em sites específicos dedicados à atualização destes números. 

Passo a passo: como montar um hedge? 

Você sabia que se proteger com hedge pode ser mais simples do que parece? Olha só: 

1. Calcule o beta da carteira 

Para encontrar o beta de uma carteira, basta multiplicar o beta de cada ação pelo percentual que ela representa na carteira e, em seguida, somar todos os resultados obtidos. O resultado da soma será o beta da carteira. 

Podemos usar a carteira de junho como exemplo: 

​​Carteira de ações — junho/25 
Ativos Beta % da carteira Beta × percentual 
TAEE11 ​0,42 ​11,1% ​0,046667 
KLBN4 ​0,43 ​11,1% ​0,047778 
SAPR11  ​0,59 ​11,1% ​0,065556 
EQTL3 ​0,79 ​11,1% ​0,087778 
CPLE6 ​0,77 ​11,1% ​0,085556 
VVBR3 ​1,05 ​11,1% ​0,116667 
TIMS3 ​0,6 ​11,1% ​0,066667 
SUZB3 ​0,33 ​11,1% ​0,036667 
SOJA3 ​0,68 ​11,1% ​0,075556​ 

Ou seja, utilizando como exemplo a primeira ação: 

👉 TAAEE11: 0,42 (beta) × 11,1 (percentual) = 0,046667 

Em seguida, ao somar todos os números obtidos neste primeiro cálculo, você obtém o beta da carteira. Neste caso, o beta da carteira de junho é 0,628889

Como o beta da carteira está abaixo de 1, em teoria, se o Ibovespa cair 1%, a carteira tende a cair apenas 0,6% — por isso, a carteira já é defensiva

2. Multiplique o capital alocado e o beta da carteira 

Se você tiver investido R$ 10.000,00 na carteira por exemplo, basta multiplicar pelo beta da carteira que foi encontrado. Então: 

👉 10.000 × 0,628889 = 6.288,89  

3. Divida o resultado obtido pela cotação do BOVA11 

Como o resultado alcançado foi de 6.288,89 e, neste caso, o valor atual do IBOV é de 133,91, o cálculo ficará: 

👉 6.288,89 / 133,91 = 46,96355 

Este resultado obtido indica a quantidade de contratos de BOVA11 que você precisa vender para proteger a sua carteira. 

É possível fazer hedge com BOVA11, Put e Índice Futuro — o indicado é encontrar o ativo que funciona melhor para a sua estratégia. 

⚠️Observações importantes: 

  • Nenhum hedge é perfeito: este cálculo é uma aproximação. Os ativos podem oscilar e variar o beta, alterando os valores; 
  • O objetivo do hedge não é maximizar os ganhos, mas sim proteger contra perdas maiores
  • Acompanhe o mercado e ajuste o hedge se necessário; 
  • Se não se sentir seguro, procure um profissional. 

Agora que você já sabe as melhores estratégias para investir diante de todos esses cenários, é só escolher a que faz mais sentido para o seu perfil de investidor! 

E para quem quer investir com ainda mais inteligência, o Combo Trader da Clear combina corretagem zero, IA e as melhores ferramentas para otimizar suas operações.  

Bora investir? 💸