Bastante utilizada para a realização de análises técnicas no mercado financeiro, a Teoria de Dow é baseada no conceito de que o mercado é movido por tendências primárias, secundárias e terciárias.
Charles Dow, o autor dessa teoria, a desenvolveu com o intuito de desenvolver um índice capaz de registrar, de modo preciso, a oscilação dos preços de ações no mercado financeiro.
Devido a essa característica, não é por acaso que os traders podem contar com a Teoria de Dow para compreender como ocorrem essas variações, assim como obterem uma boa base para elaborar com mais convicção as suas estratégias de investimento.
Nesse artigo você vai entender melhor o que é teoria de Dow, os seus princípios fundamentais, as tendências e como ela pode ser usada. Vamos lá? Boa leitura!
O que é Teoria de Dow?
A Teoria de Dow é um conjunto de princípios que analisa o comportamento do mercado de ações, considerando tendências primárias, secundárias e terciárias. Ela afirma que os preços refletem todas as informações disponíveis e que o mercado se move em três fases distintas: acumulação, especulação e distribuição.
Essa teoria foi desenvolvida no final do século XIX, pelo jornalista Charles Dow, fundador da Dow Jones Company e do The Wall Street Journal, jornal focado no mercado de finanças.
O jornalista também é a pessoa por trás do índice Dow Jones, um dos indicadores mais importantes e amplamente acompanhados do mercado de ações dos Estados Unidos.
Mas por que a teoria de Dow é importante? Porque ela consiste em um recurso de análise técnica, sendo uma solução bastante eficiente para quem atua como trader.
Ela é usada para detectar tendências de ativos. A partir disso, ela facilita a tomada de decisões estratégicas de investimento por meio de gráficos e indicadores que apontam padrões e alterações nos preços das ações.
Inclusive, em parceria com os também jornalistas Edward Jones e Charles Bergstresser, a Teoria de Dow ganhou bastante visibilidade.
Na prática, Charles Dow almejava desenvolver um índice com capacidade de registrar as variações dos preços das ações. Ao acompanhar as subidas e descidas das cotações, Charles Dow encontrava maneiras de avaliar as tendências do mercado, facilitando a realização dos investimentos.
Os 6 Princípios Fundamentais da Teoria de Dow
A Teoria de Dow é composta por alguns princípios. Conheça agora esses fundamentos e veja como eles auxiliam os investidores.
1° O mercado desconta tudo
Esse princípio afirma que os índices e preços descontam tudo, em suma, que o mercado reflete eventos diversificados, incluindo notícias, decisões políticas, rumos que as empresas adotam e outros fatores.
Tudo isso acaba influenciando o sobe e desce dos preços, afetando, consequentemente, os investimentos.
2º O mercado tem três tipos de movimento
Segundo a Teoria de Dow, o mercado apresenta três movimentos, que consistem em tendências. São elas:
- Tendências primárias: essas tendências são as mais duradouras. Ela pode durar meses ou até mesmo anos.
- Tendências secundárias: são tendências consideradas de médio prazo. Elas correspondem a movimentos de correção e podem durar meses ou semanas.
- Tendências terciárias: consistem em tendências de curto prazo e duram menos de três semanas.
3º As tendências primárias
As tendências mais duradouras abrangem três características básicas e que acompanham os eventos do mercado. São elas:
- Acúmulo: quando os investidores começam a comprar no instante adequado, ou seja, quando o mercado está abaixo do valor justo, também chamado de Value Investing.
- Subida sensível: ocorre quando os preços sobem de maneira estável, a partir do momento em que as empresas passam a ter resultados mais positivos.
- Excesso: ocorre quando a tendência é alta e várias ações são compradas, influenciadas por notícias, melhorias econômicas do país e outros fatores.
4º Tendências Secundárias
Ao contrário das primárias, essas tendências são consideradas baixas. Para investidores que querem uma abordagem mais cautelosa, reconhecer essas tendências permite evitar decisões apressadas. Elas apresentam seguintes características:
- Distribuição: inicia na fase final de uma alta tendência, quando os investidores começam a vender. Nessa tendência, é comum perceber que os preços sofrem uma queda ou ficam estagnados.
- Pânico: essa tendência é percebida quando os compradores perdem força e os vendedores se tornam a maioria. A partir daí se torna comum encarar o mercado com mais cautela e preocupação, gerando quedas.
- Baixa lenta: essa tendência é percebida quando os preços atingem um valor excessivamente baixo.
5º As tendências menores
São tendências que ocorrem em uma escala de tempo considerada muito curta. Sendo assim, são movimentos menores identificados e inseridos nas tendências secundárias.
Ela dura poucos dias ou algumas semanas e refletem reações rápidas a determinados eventos, notícias, ou alterações nas condições de mercado.
6º As mEDias devem confirmar
De acordo com a Teoria de Dow, os índices de mercado devem confirmar movimentos uns dos outros. Em suma, os índices do mercado devem andar juntos. Quando há esse alinhamento, existe um sinal de confiança e estabilidade no mercado.
A base disso é o fato de que os distintos setores do mercado acabam se influenciando. Sendo assim, o setor da indústria impacta no agronegócio, no vestuário e assim por diante.
Como usar a teoria de Dow na prática
Compreender o funcionamento da teoria de Dow é vital para os traders. Essa teoria possibilita ficar a par dos movimentos frequentes do mercado, visualizando oscilações e tendências. A partir disso, se torna possível estabelecer estratégias.
Para colocar em prática a teoria de Dow, é necessário conhecer alguns fundamentos. Vamos entender mais sobre eles!
Identificação de tendências
Identificar tendências é crucial porque é a partir delas que será possível entender o comportamento do mercado e quais são as melhores estratégias para o momento.
Uma boa maneira de identificar tendências é contar com ferramentas adequadas para isso, como, por exemplo, a análise MACD. Ela permite, por meio de gráficos, linhas convergentes e cálculos, acompanhar e avaliar diversas tendências.
Padrões Gráficos com Base na Teoria de Dow
Os gráficos são importantes na Teoria de Dow. Eles permitem, por meio da análise do cruzamento de linhas, compreender o sobe e desce dos preços e avaliar as tendências.
Análise de volume
O volume é a quantidade de papéis negociados no mercado. Charles Dow acreditava que para uma tendência se confirmar alta ou baixa, era necessário contar com um volume significativo de negociações.
Em uma tendência alta, por exemplo, é esperado que o volume aumente com a valorização dos ativos e diminua nas reações de desvalorização.
Quando é baixa, a expectativa é de que o volume aumente com a desvalorização dos ativos e reduza nas reações de valorização.
Vantagens e limitações da teoria de Dow
Não há dúvidas de que a teoria proposta por Charles Down traz vários benefícios até hoje. Por outro lado, ela também conta com certas limitações.
Benefícios para os traders
Tomada de decisão informada: devido à clara identificação de tendências e também por causa dos gráficos, os traders podem tomar decisões com mais segurança e convicção.
Potencial para redução de riscos: ao avaliar as melhores tendências e compreender com mais precisão as oscilações de mercado, os traders podem saber quais investimentos são os mais arriscados e quais são os mais seguros.
Limitações e críticas
Apesar das evidentes vantagens, essa teoria também denota algumas limitações, especialmente diante de mercados altamente voláteis, que tornam os princípios de Dow menos previsíveis.
Além disso, por manter o foco em movimentos de preços e volumes, alguns outros fatores são deixados de lado, como, por exemplo, alterações no cenário político, inovações tecnológicas e outros elementos relevantes.
Conclusão
Nesse artigo você viu que, mesmo sendo desenvolvida no final do século XIX, a Teoria de Dow ainda proporciona insights relevantes para os traders.
A dinâmica que aponta tendências e volume de vendas permite consolidar estratégias eficientes, ainda que, em determinados casos, encontre empecilhos, como a alta volatilidade do mercado e eventos inesperados.
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