Para quem pensa em investir na Bolsa de Valores, escolher o ativo que será negociado é sempre uma tarefa que exige atenção. Afinal, mesmo as ações sendo os papéis mais comuns nesse mercado, elas também têm suas peculiaridades.
Além de avaliar o perfil e os fundamentos da empresa da qual você deseja se tornar acionista, é preciso definir o tipo de ação que será comprada, já que no mercado brasileiro as ações podem ser classificadas em duas categorias: ou ela é uma ação ordinária (ON) ou é uma ação preferencial (PN).
Para saber todos os detalhes sobre o que são ações preferenciais e como elas funcionam, além de ficar por dentro de suas vantagens e desvantagens, é só continuar a leitura.
Vamos ao que interessa, então?
O que são Ações Preferenciais?
Ações preferenciais são aquelas identificadas pelo número 4 após a sigla da empresa (PETR4, ITUB4 e BBDC4, por exemplo). Quem investe nesse tipo de ação tem preferência em algumas situações, como no caso do pagamento de dividendos.
Dividendo corresponde à parte do lucro da companhia que é distribuída para as pessoas investidoras e, geralmente, esses pagamentos são feitos de três em três meses. Além disso, quem tem uma ação preferencial (ou mais ações preferenciais) tem preferência nos caso de falência ou liquidação da empresa.
Ações Preferenciais: como funcionam?
A Lei das Sociedades Anônimas, reguladora do mercado de capitais brasileiro, determina que as empresas ofereçam pelo menos uma dentre duas vantagens a quem decide investir em ações preferenciais: ou
- 1) Dividendo mínimo como percentual do lucro, patrimônio líquido ou valor fixo; ou
- 2) Direito a dividendo pelo menos 10% maior do que o pago aos detentores de ações ordinárias ou tag along.
Essas vantagens trazidas pela compra de uma ação preferencial costumam chamar a atenção de muitas pessoas. E não é à toa, né?
Se, por exemplo, uma empresa distribuir R$1 em lucro por ação ordinária, a ação preferencial receberá R$1,10.
É por isso que o preço da ação preferencial de uma empresa costuma ser mais alto que o da ação ordinária.
E vale lembrar ainda que as ações PN, normalmente, têm maior liquidez do que as ON.
Isso significa que é mais fácil vender ou comprar uma ação preferencial.
Após a Lei das S/A, as regras mudaram para abertura de ações: antes, era possível emitir até 2/3 de ações como PN. Atualmente, só é permitida a emissão de uma PN para cada ON.
Outra característica das ações preferenciais (ações PN) é que elas podem ser exigíveis, isto é, a companhia pode efetuar a recompra das ações de investidores pelo valor nominal a qualquer momento e por qualquer motivo.
Por exemplo, se os juros caem e os dividendos não precisarem ser tão altos para serem atrativos, a companhia pode comprar de volta suas ações PN e emitir outra série com um rendimento menor.
Algumas ações preferenciais são conversíveis: podem ser trocadas por um certo número de ações ordinárias, o que pode ser ou não vantajoso, dependendo do valor das ações ON no mercado.
O processo para adquirir uma ação preferencial é idêntico ao de outras ações.
É preciso ter uma conta ativa em uma corretora e enviar ordens de compra, e o mais importante é identificar o seu perfil de investimento e definir os objetivos que pretende alcançar.
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Investir em ações preferenciais com atenção aos detalhes
Você sabia que as pessoas que investem em ações preferenciais (ações PN) não têm direito a voto em assembleia? Pois é! O direito a ter um dividendo fixo não é concedido à toa.
De qualquer modo, isso é o que marca a principal diferença entre ações ordinárias e preferenciais: nas ações PN, quem investe não tem influência sobre mudanças e planos futuros da empresa. A pessoa que adquire uma ação preferencial só pode ter, eventualmente, direito de voto em caso de não-pagamento dos proventos por mais de três anos.
Outro ponto não tão interessante é que as ações preferenciais têm menos potencial para se valorizar do que as ações ordinárias.
Por conta disso, algumas pessoas consideram que comprar ação preferencial é o mesmo que emprestar dinheiro para uma empresa.
Geralmente, quem investe em ações PN não possui direito ao “tag along”, ou seja, ao recebimento de pelo menos 80% do valor pago ao controlador, em caso de venda da empresa.
A única forma de mudar essa desvantagem é por definição prévia da empresa, ou, em algumas situações, caso ela não pague os dividendos por três anos seguidos.
Ações preferenciais são para você?
Como você viu, ações preferenciais (ações PN) têm suas vantagens e desvantagens. Mas deu pra concluir se esse é o tipo de investimento ideal para você?
É importante avaliar todas as características dessa classe de ações, cruzando-as com o seu perfil de investimento e suas metas.
Nosso conselho é levar em conta a liquidez do papel e o preço do dividendo em relação ao valor da ação.
Normalmente, as ações ordinárias costumam ser compradas por pessoas que pretendem participar da gestão da empresa e das tomadas de decisão por meio do exercício do direito de voto.
Já as ações preferenciais acabam sendo escolhidas por quem não tem interesse em exercer influência nos planos da companhia e está mais focado em lucrar com a distribuição de dividendos.
Além disso, as ações PN são muitas vezes consideradas melhores para os pequenos investidores, dado a sua facilidade de negociação (liquidez) e a preferência no recebimento de dividendos, caso a empresa apresente lucro.
Deu pra entender o que são ações preferenciais e como elas funcionam? Com essas informações, fica mais simples incluí-las na sua carteira de investimentos para obter mais diversificação e ficar menos vulnerável aos riscos inerentes da renda variável.
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