Lei da Oferta e Demanda: como impacta os Investimentos?

A lei da oferta e demanda é um código não escrito, segundo o qual preço e procura se relacionam em proporção inversa. Dessa forma, é esperado que quando a oferta é maior que a procura, os preços caiam; e quando a procura é maior que a oferta, os preços aumentem.

Embora seja um princípio bastante simples de se entender, há muito mais por trás dessa regra elementar.

Avance na leitura para saber como ela se aplica no seu dia a dia e em investimentos financeiros em geral.

O que é lei da oferta e demanda?

Todo mercado é regulado por fatores que se relacionam, provocando aumento de preços ou oscilações na demanda por certos bens.

Em um cenário ideal, teríamos uma situação na qual os preços jamais se alterariam, caso chegássemos ao equilíbrio perfeito entre oferta e demanda.

No entanto, isso nunca acontece porque mercados têm vida própria, estão em constante movimento e são influenciados por todo tipo de evento.

Portanto, a lei da oferta e demanda vem a ser a regra básica sobre a qual se assenta toda e qualquer relação comercial.

Quando surgiu?

Não por acaso, ela surgiu no contexto em que a Europa estava em pleno processo de transição de um modelo econômico feudal para o de economia de mercado.

Credita-se ao filósofo escocês Adam Smith a sua criação, tendo sido citada pela primeira vez no livro “A Riqueza das Nações”, publicado em 1776.

Segundo Smith, sempre que a demanda (necessidade) de um bem é maior que a sua oferta, o valor desse bem sobe.

Em via oposta, sempre que a oferta de uma mercadoria supera sua demanda (procura), seu valor cai.

Vem dessa relação não controlada o que ele convencionou chamar de “mão invisível do mercado”, que controlaria a oferta e a demanda sem a concorrência das pessoas.

Importância da lei da oferta e demanda para a economia

Da teoria de Adam Smith, surgem diversos estudos e postulados em economia que até hoje servem como parâmetros para guiar decisões.

Uma delas, por exemplo, é a chamada balança comercial favorável, segundo a qual um país será desenvolvido quanto mais alta for a quantidade de bens que ele produz e vende.

Foi assim que prosperaram os países mais ricos a partir dos séculos XV e XVII, como a Inglaterra.

Eles entenderam rapidamente que, em um mercado cada vez mais internacional, só venceriam aqueles que transacionassem com a maior quantidade possível de parceiros em condições favoráveis.

Oferta e demanda representadas graficamente

A lei da oferta e demanda não é apenas uma abstração.

Ela trata de uma questão bastante objetiva e que por isso pode ser numérica e graficamente representada.

Veja abaixo:

Fatores que afetam a demanda

Por outro lado, nem tudo se resume a preços quando se trata de regular a demanda.

Talvez o melhor exemplo disso seja a publicidade, que tem como uma de suas finalidades justamente provocar demanda onde, em teoria, ela não existe.

Aliás, a mídia é um dos principais fatores que podem levar a procura por um bem, produto ou serviço aumentar, além do preço.

É o que acontece, por exemplo, quando vemos no noticiário que o preço da gasolina vai subir.

A corrida em direção aos postos de combustível que acontece em seguida é um dos melhores exemplos dessa influência.

Afinal, sem uma grande repercussão, as pessoas não teriam como se antecipar a nenhum reajuste de preços.

Exemplos práticos da oferta e demanda

Motoristas que vão aos postos ansiosos por combustível barato são apenas um dentre tantos possíveis exemplos de como o mercado se comporta dependendo da oferta e da demanda.

Afinal, essa “entidade” está em permanente movimento e, por isso, os breves períodos de estabilidade sofrem abalos, fazendo a balança da oferta e da demanda pender para um lado ou para o outro.

A seguir, veja alguns exemplos diretos de como essa relação acontece na vida real.

Festas de fim de ano

Conforme os últimos meses do ano vão chegando, cria-se uma demanda única por produtos como árvores de natal, enfeites, brindes e, claro, por bens em geral.

No entanto, ao passar o mês de dezembro, essa demanda elevada simplesmente desaparece, para voltar a aparecer novamente no próximo fim de ano.

Datas comemorativas

Há quem não goste de datas como o Dia dos Namorados, dos Pais ou das Mães por acreditar que elas só servem para atender aos interesses do comércio.

Embora pareça um pensamento materialista demais, ele não deixa de ser coerente, afinal, são nessas datas que a demanda por flores, presentes e certos tipos de serviços aumenta.

De qualquer forma, por essa mesma perspectiva materialista, podemos considerar essas datas com algo positivo não só para o comércio, mas para a economia como um todo.

Afinal, aumento no consumo equivale a mais riquezas circulando e, assim, surgem mais empregos e oportunidades.

Grandes eventos

Você se lembra da Copa do Mundo no Brasil em 2014 ou das Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016?

Esses são dois bons exemplos de eventos que, por mobilizarem as massas, provocam verdadeiras “explosões” na oferta e demanda por certos tipos de mercadoria e serviços.

O mesmo vale para eventos como festivais de música e alguns espetáculos que, por sua grande repercussão, tendem a gerar picos de procura e oscilações nos preços, ainda que sazonais e localizadas.

Sazonalidades agrícolas

Quem faz compras em supermercados regularmente já deve ter notado que, em certas épocas, a presença de certos gêneros agrícolas é reduzida.

O resultado disso é o aumento nos preços, já que menos produto disponível leva aqueles que estão à venda a se valorizarem.

Um bom exemplo disso foi o recente reajuste nos preços do arroz, que levou pessoas inclusive a comprar quantidades maiores para estocar como forma de se prevenir de novos aumentos.

Épocas do ano

Nem sempre a oferta e a demanda por certas mercadorias é afetada por datas ou sazonalidades.

Há épocas do ano mais prolongadas, nas quais a oferta de alguns tipos de produto ou desaparece ou renasce com mais força.

Nos meses de maio até agosto, por exemplo, quando as temperaturas caem no Brasil, aumenta o apelo por alimentos típicos das festas juninas, principalmente o milho.

Uma vez que essa época passa, o milho praticamente é esquecido e, em alguns lugares, ele simplesmente some das mesas dos brasileiros.

Como é a oferta e demanda no Brasil?

mulher carregando caixas de compras

Mesmo sendo uma das maiores economias do mundo, o Brasil ainda é fortemente afetado pela conjuntura externa.

Isso provoca constantes alterações na oferta e demanda de produtos e serviços, algumas das quais são impactadas por fatores como o câmbio e as políticas governamentais.

Portanto, a oferta e a demanda em nosso país é regulada não só por fatos que acontecem em território nacional como pela pressão que vem de outros países.

Um exemplo disso aconteceu em 2019, quando a China passou a comprar mais carne do Brasil para abastecer seu mercado interno.

O resultado foi um aumento nos preços nos supermercados e açougues brasileiros em função da menor disponibilidade do produto.

Como a oferta e demanda impactam os investimentos?

A lei da oferta e demanda, logicamente, se faz notar também no campo dos investimentos financeiros.

Veja, por exemplo, o que acontece nos Fundos de Investimento Imobiliários (FII).

Nos de tijolo, o valor de uma cota aumenta ou diminui dependendo a vacância do imóvel administrado.

Outro exemplo está no mercado de ações, no qual as oscilações nos preços podem provocar o efeito manada, no qual há operações de compra ou venda em massa de um dado ativo.

No entanto, essa é uma relação nem sempre linear, já que preços baixos em ativos de renda variável não levam, necessariamente, a um aumento na procura.

O mesmo vale para preços mais altos que, em alguns casos, podem até gerar uma maior demanda.

O que fazer em momentos de oferta e demanda em excesso?

A “mão invisível” do mercado não escolhe hora nem lugar para se fazer presente.

Por isso, é preciso olho vivo e, claro, educação financeira para saber como se comportar sempre que a lei da oferta e demanda se impõe.

Isso porque, em alguns casos, o que parece uma boa oportunidade, na verdade, pode não passar de mais um motivo para gastar dinheiro por impulso.

Em outros, a chance de aproveitar um contexto favorável pode não ser tão evidente.

É o caso, por exemplo, dos ajustes que o governo faz nas taxas de juros, como na queda da Selic – momento que pode ser bastante propício para abandonar em renda fixa.

Sendo assim, o que fazer então para tomar boas decisões em fases de oferta e demanda acima do normal?

Procure por oportunidades

No mercado financeiro, a todo instante surgem oportunidades de se investir com taxas de retorno atrativas.

Mas, para isso, é preciso prestar atenção aos movimentos da economia, alguns dos quais revelam chances imperdíveis de aplicar.

E já que falamos deles anteriormente, vale destacar os FIIs como um bom exemplo de ativo fortemente influenciado pela lei da oferta e demanda.

Por serem ligados ao segmento imobiliário, eles são diretamente impactados por oscilações nesse setor.

Então, quando o mercado de imóveis está aquecido, a tendência é de valorização dos fundos, enquanto retrações levam a queda nos preços.

Em ambos os casos, o investidor atento pode encontrar condições favoráveis de fazer seu dinheiro render ainda mais: basta que se escolha o fundo adequado e investir no timing certo.

Dica: para aprender a fazer isso, não deixe de assistir os vídeos da Clear em nosso canal no YouTube.

Compare preços

Em períodos festivos ou promocionais como a Black Friday, nos quais a oferta e a demanda sofrem variações maiores, é preciso também ligar o “radar”.

Afinal, com tanto apelo por parte das mídias e a demanda maior por produtos, nem sempre fica claro o que é um preço atrativo e o que é pegadinha.

Nesse caso, vale apelar para a boa e velha pesquisa e comparação, que, hoje, dispensa a tradicional batida de pernas, podendo ser feita online em sites específicos.

Evite o comportamento de manada

O efeito manada é um dos mais perigosos fenômenos no mercado financeiro, já que ele provoca aumentos ou diminuições de preços quase sempre irreais.

Assim sendo, o melhor a se fazer quando há fuga em massa de investidores ou busca muito acima do normal por um ativo é simplesmente não fazer nada.

Isso porque quem age influenciado por esse feito, via de regra, decide com base na emoção o que é sempre muito perigoso quando se trata de negócios ou de investimentos.

Na verdade, toda decisão em matéria de finanças deve ser tomada 100% baseada em informação e análises bem fundamentadas.

Por isso, nada de seguir com a “boiada” na hora em que o mercado estiver fervendo, certo?

Reflita antes de investir

Quem age por influência da manada precisa de educação financeira, já que, como vimos, esse é um comportamento com alto potencial para gerar prejuízo.

Afinal, investir é um ato essencialmente racional, ainda que, como seres humanos, estejamos sempre sujeitos a sermos impactados pelas emoções.

É por isso que, quanto mais informados, menos estaremos suscetíveis a ceder aos primeiros impulsos.

Assim, ganhamos capacidade de refletir antes de decidir o que, em termos de investimento, faz toda a diferença.

Informe-se

Por falar em estar informado, nenhuma oportunidade pode ser bem aproveitada quando não se tem conhecimento ou experiência o bastante.

Como se diz “sorte é quando o preparo encontra a oportunidade” e isso se aplica totalmente nos momentos em que a lei da oferta e da demanda se faz valer.

Fica, então, mais uma vez, a dica para aproveitar os conteúdos publicados em nosso canal no YouTube e os conteúdos feitos pela equipe de especialistas publicados no blog da Clear.

Conclusão

Quando se trata de investir, a lei da oferta e demanda precisa ser sempre levada a sério, já que ela é a maior geradora de oportunidades e, sendo assim, de riscos.

Em alguns casos, como você viu neste conteúdo, o que parece ser uma boa chance de lucrar é, na verdade, uma potencial cilada.

Então, o melhor a se fazer é continuar lendo conteúdos como este e investir tanto quanto possível na sua educação financeira.

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