Conheça os cinco principais indicadores para avaliar o potencial das empresas listadas na bolsa
Se você se considera uma pessoa de sorte, não pense que isso irá te ajudar muito quando o assunto é investimento em renda variável. Mais do que intuição ou um bom palpite, o sucesso no mercado de ações depende de uma análise aprofundada das oportunidades disponíveis na bolsa de valores.
Ao se atentar a critérios específicos na hora da escolha dos papéis, é possível aumentar consideravelmente as chances de lucrar com ações. Por isso, o bom investidor deixa o achismo de lado e se dedica a interpretar os principais indicadores da análise de ações.
Quer saber se você deve ou não comprar determinada ação? Continue lendo este artigo e aprenda você mesmo a responder esta pergunta!
Por que analisar?
Se o próprio nome já diz que a renda deste tipo de investimento é variável, será que vale mesmo a pena perder tempo tentando prever o futuro? Com certeza, sim! Pesquisa e análise contribuem para a elaboração de uma estratégia mais eficiente, além de aumentarem a rentabilidade no longo prazo e minimizarem o risco de prejuízo. É claro que não existe uma fórmula mágica que garanta êxito em todas as operações, mas é possível multiplicar os acertos e reduzir os erros.
Como analisar uma empresa para comprar ações?
A análise fundamentalista e a análise técnica são as duas principais ferramentas utilizadas pelos investidores na hora de escolher suas ações. A análise técnica é mais utilizada por traders, que buscam ganhos no curto prazo e baseiam suas escolhas em aspectos técnicos e gráficos, principalmente relacionados aos volumes de negociação e a movimentação dos preços.
Já quem investe no longo prazo, prefere a análise fundamentalista, considerando pontos como resultados financeiros, gestão, governança corporativa e outros fatores que demonstram o potencial da empresa. Para ter uma boa rentabilidade ao longo dos anos, o ideal é não se restringir aos números, mas fazer uma análise robusta das empresas, avaliando sua saúde financeira, projetando seus resultados e identificando se elas estão super ou subavaliadas.
Os cinco principais indicadores
Para você começar a se familiarizar com a análise de ações, confira abaixo os cinco principais indicadores financeiros que devem ser considerados na hora de decidir em quais empresas investir.
ROE
ROE é a sigla para o termo em inglês Return on Equity, que significa retorno sobre o patrimônio. Este indicador serve para medir a rentabilidade de uma companhia ao revelar o quanto de lucro ela gera com o dinheiro investido pelos acionistas. O ROE é representado por uma porcentagem e é calculado por meio da divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido da empresa. Como o lucro líquido é uma representação da geração de caixa para os acionistas, ele deve ser comparado ao patrimônio líquido, medida aproximada do dinheiro que foi injetado pelos investidores. Sendo assim, espera-se que as companhias que geram valor para seus investidores tenham um ROE maior que a Selic, a taxa livre de risco brasileira.
Lucro
O Lucro por Ação ou LPA representa a parcela do lucro líquido correspondente a cada ação. O LPA é calculado pela divisão do Lucro Líquido da empresa pelo número de ações em circulação. Um bom LPA indica que a empresa está tendo um desempenho rentável. Por isso, o ideal é priorizar ações de companhias que apresentam aumento nos valores de seus lucros por ações. Pesquise não apenas o LPA atual, mas também sua evolução nos cinco anos anteriores. Afinal, empresas sólidas aumentam seu LPA mesmo em momentos de crise.
Dividend Yield
O Dividend Yield (DY) ou Rendimento de Dividendo demonstra o quanto uma empresa paga em dividendos a cada ano em relação ao preço atual de sua ação. Este indicador é representado por uma porcentagem, que é calculada pela divisão do valor dos dividendos pagos por ação no ano pelo preço do papel da companhia. O objetivo é mensurar a quantidade média de proventos que o acionista poderá receber por cada Real investido. Quem busca por empresas que pagam bons proventos, deve escolher as que possuem maiores valores de Dividend Yield. Entretanto, se o preço de uma ação estiver muito desvalorizado, o seu DY pode aparentar ser melhor do que realmente é, já que o indicador varia de forma inversa à cotação da ação. Por isso, é essencial utilizar esse indicador para complementar uma análise mais profunda e não analisá-lo de forma isolada.
Preço/Lucro (P/L)
O Preço/Lucro (PL) é uma métrica muito utilizada por investidores que pretendem avaliar o preço justo de um ativo. O índice é calculado através da divisão do preço atual do papel pelo lucro por ação. A finalidade é identificar o valor que o acionista pode receber ao investir em uma determinada empresa levando em conta o seu lucro. Podemos dizer, por exemplo, que se uma companhia tem um P/L de 10, o preço atual do papel representa 10 vezes os lucros acumulados no último ano. Portanto, quanto maior o P/L, maior a disposição do mercado em pagar pelos lucros de uma empresa. Alguns acionistas entendem um P/L alto como uma ação cara. Porém, isso também pode indicar que o mercado tem grandes expectativas sobre esse papel. Já um P/L baixo pode representar uma falta de confiança do mercado ou que a ação é uma boa oportunidade de investimento por estar sendo subestimada. Sendo assim, é muito importante entender o que leva um P/L a ser baixo ou alto antes de escolher determinado investimento.
Dívida líquida/patrimônio líquido
A divisão da dívida de uma empresa pelo seu patrimônio líquido gera um indicador que demonstra a proporcionalidade entre o que a empresa tem e o que ela deve. O resultado é expresso tanto em porcentagem, quanto em forma de número. Um indicador igual a 5, por exemplo, significa que a companhia tem um endividamento 5x maior que o seu patrimônio. Logo, quanto menor for o número encontrado, melhor será a situação da empresa. Apesar de não ser uma regra, é indicado investir em empresas que estejam devendo menos que 50% em relação ao seu patrimônio líquido. No geral, organizações bem administradas costumam ter um número baixo neste indicador. As exceções podem ser os bancos, que fazem dívidas altas de crédito para obter uma maior rotatividade e oferecer melhores produtos aos clientes.
Conclusão
Como vimos, o processo de análise de uma ação pode ser bastante complexo, pois envolve diversas variáveis e indicadores que precisam ser estudados com atenção. Sendo assim, uma boa dica para quem está ingressando nesse mercado é começar aos poucos e ir testando os seus conhecimentos na prática, comparando os resultados reais da operação com o esperado. Com o tempo e a experiência, fica muita mais fácil interpretar as informações e identificar as melhores oportunidades. Bons investimentos!