ETFs são fundos de investimento que replicam a composição de índices. Negociados na Bolsa de Valores, podem ser seu primeiro investimento na renda variável.
Se você investe ou está pensando em investir em renda variável, com certeza já ouviu falar em ações — o tipo de ativo mais conhecido da Bolsa de Valores. Porém, elas não são as únicas negociadas na B3. Existem outros investimentos na bolsa que podem diversificar sua carteira de investimentos, como os ETFs.
Os ETFs são bastante conhecidos fora do Brasil, mas aos poucos estão se tornando mais conhecidos por aqui, tendo mais liquidez e chamando a atenção dos investidores brasileiros.
Um ponto interessante sobre esse investimento é que pode ser uma opção para investir em ativos internacionais, já que pode replicar algum índice de fora. Assim, você pode aproveitar o bom momento de outras bolsas e trazer mais solidez para sua carteira.
Acompanhe este conteúdo para saber tudo sobre como funcionam os ETFs e porque podem ser uma boa opção para você! 😉
O que são ETFs?
Os ETFs, sigla para Exchange Traded Funds, são fundos que replicam índices. Isso significa que sua rentabilidade sempre está atrelada a algum índice da Bolsa de Valores, como Ibovespa ou o Índice Brasil.
O gestor de um ETF sempre vai ajustar sua composição para que fique a mais parecida possível com o benchmark. Por exemplo, se o ETF tiver como referência o Ibovespa, ele utilizará os recursos dos cotistas para comprar as ações que fazem parte do índice — na mesma proporção. Mesmo que ele encontre opções mais atraentes no momento do investimento, ele deve sempre seguir o índice.
Uma diferença entre os ETFs e os outros fundos de investimento é que eles são negociados na B3, assim como as ações. Ou seja, o investidor pode comprar ETFs pelo home broker da corretora de valores.
Pouco conhecido no Brasil
Os ETFs são investimentos mais conhecidos fora do Brasil. Por aqui, foi lançado em 2004 e apenas recentemente começou a ganhar destaque.
Atualmente, existem 73 ETFs de renda variável listados na B3, que replicam diferentes índices tanto nacionais quanto internacionais.
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Quais são os tipos de ETFs?
Aqui no Brasil, os mais negociados são os ETFs de índice. Porém, existem outros tipos de ETFS. Entenda:
ETFs de Títulos
Esse tipo de ETF espelha sua rentabilidade em ativos de renda fixa. Existem alguns ETFs de títulos no Brasil, mas eles são negociados na B3, via home broker.
ETFs de Commodities
Ele tem sua rentabilidade atrelada a commodities como ouro, prata, cobre e combustíveis fósseis.
ETFs de Índices
Esses são os mais comuns, nos quais a rentabilidade está atrelada a algum índice existente no mercado.
Conheça os principais ETFs listados na Bovespa
Após entender o que são os ETFs (Exchange Traded Funds) e seus tipos, conheça um pouco mais sobre alguns dos fundos mais negociados no mercado brasileiro.
BOVA11
O BOVA11 é um fundo que tem como referência o Ibovespa, que é o principal índice de ações do Brasil. Esse ETF é composto pelas ações das empresas que movimentam mais de 80% de todo o volume de negociado na B3.
Sua taxa de administração é de 0,10% ao ano e o lote padrão é de 10 cotas.
BRAX11
Ele tem como referência o Índice Brasil (IBrX 100) — que é formado por uma carteira teórica pelas 100 ações mais negociadas da bolsa levando em conta quantidade e volume financeiro medindo o retorno desse investimento.
A taxa de administração do BRAX11 é de 0,20% ao ano, sendo que o lote padrão de negociação é de 10 cotas.
IVVB11
Esse fundo é baseado em um índice internacional, o S&P 500. Faz parte desse índice as ações das 500 maiores empresas dos Estados Unidos. Portanto, esse ETF atrela sua rentabilidade à performance do S&P 500, porém em moeda nacional.
A taxa de administração do IVVB11 é de 0,24% ao ano e o lote padrão é de 10 cotas.
SMAL11
O SMAL11 também é conhecido como índice Small Caps. Esse ETF foi lançado em 2008 e se baseia no desempenho deste índice que mede as ações de menor capitalização da B3. Ele pode ser negociado tanto no mercado à vista, quanto no mercado fracionário.
O seu lote padrão também é de 10 cotas e sua taxa de administração é de 0,50% ao ano.
DIVO11
Esse ETF busca a rentabilidade do IDIV, que é formado pelas empresas maiores pagadoras de dividendos da bolsa nos últimos 24 meses.
Sua taxa de administração é de 0,50% ao ano e seu lote padrão é de 10 cotas.
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Como investir em ETFs?
Qualquer pessoa pode investir em ETFs. Para isso, é preciso ter conta em uma corretora de valores, como a Clear. Toda a negociação é feita pelo home broker, ou App da sua corretora, — ambiente para negociar ativos na B3. 💰
Antes de escolher um fundo para investir, lembre-se sempre de pesquisar sobre o índice no qual a rentabilidade dele é espelhada. Afinal, é importante fazer uma escolha de acordo com os seus objetivos e expectativas.
Após abrir uma conta na corretora, basta acessar o home broker, ou App, pela sua conta cadastrada e procurar pelo código do fundo em que deseja investir. Depois, basta seguir com a negociação pela plataforma.
Como vimos, os ETFs listados na Bolsa de Valores brasileira (B3) podem ser uma opção interessante para diversificar sua carteira de investimentos.
Qual o valor mínimo para investir em ETF?
O valor mínimo para investir em ETFs depende do valor da cota e vai variar dependendo do índice.
Por exemplo, se uma cota do BOVA11 for negociada a R$ 60, como o lote padrão é de 10 cotas o investimento mínimo para este fundo nesse caso seria de R$ 600.
Além disso, possível investir em ETF com um pouco dinheiro. Isso porque, desde 28 de setembro, foi liberado negociações de apenas uma cota de ETF de renda variável na B3 — antes, a quantidade mínima era 10.
Qual a diferença entre ETFs e fundos de investimento?
Os ETFs apresentam algumas diferenças quando comparados aos outros fundos de investimentos. As principais delas são:
Tipo de gestão
O tipo de gestão demonstra como o fundo é gerido. No caso dos ETFs a gestão é passiva.
Embora existam fundos de investimento com gestão passiva, muitos têm na gestão ativa o seu grande diferencial. Ou seja, os gestores estão sempre de olho no mercado buscando as melhores oportunidades de investimento para aplicar os recursos dos cotistas.
Os gestores dos ETFs têm a preocupação de replicar a composição de algum índice já existente do mercado. Mesmo se ele acreditar que existam papéis mais rentáveis no momento, ele deve sempre replicar o índice.
Negociação
A maneira de investir entre ETFs e fundo de investimentos também é diferente. Se você pretende investir em fundos tradicionais, poderá encontrá-los diretamente na conta da sua corretora ou banco. Contudo, para negociar ETFs, é preciso entrar no pregão da bolsa de valores.
Para isso, é necessário ter conta em uma corretora de valores, mas o ambiente onde acontecem as negociações é outro. No caso dos ETFs, basta acessar o home broker — mesmo lugar onde compra e vende ações.
Acompanhamento de desempenho
Outra diferença que destacamos é a forma do investidor ou trader acompanhar o desempenho do fundo. Em fundos tradicionais, as informações sobre rentabilidade precisam ser fornecidas pelos administradores em documentos oficiais.
Já os ETFs, a rentabilidade pode ser acompanhada em tempo real já que as cotações são divulgadas ao longo do dia pela B3. Então, basta acompanhar as divulgações da bolsa de valores.
Por que comprar ETFs?
Os ETFs podem ser ótimas opções de investimento, sendo, inclusive, indicados para quem quer começar a investir na bolsa de valores.
A ideia de começar investindo em um fundo que replica algum índice já existente no mercado pode ser uma alternativa para quem está iniciando no mundo das ações e da renda variável.
👉 Leia também: Bolsa de valores para iniciantes: como começar a investir em ações
Além disso, os ETFs têm algumas características que podem ser vantajosas. Saiba mais sobre elas a seguir.
Facilidade de investir
Se a sua dúvida é como comprar ou como vender ETFs, pode ficar tranquilo! Isso porque a operação desses fundos acontece da mesma maneira como comprar uma ação na B3.
O ponto positivo desse tipo de investimento é que, para quem não quer ou não tem tempo de acompanhar a cotação de cada ação, trata-se de uma maneira de investir na bolsa, porém sem precisar fazer esse acompanhamento.
Logo, você apenas escolhe um ETF e ele vai replicar o desempenho do índice escolhido. Simples, não é mesmo? Entenda o próximo ponto.
Diversificação de investimentos
Por replicar um índice, ao comprar cotas de um ETF você investirá em vários papéis de uma só vez.
Por exemplo, em vez de comprar ação por ação das empresas que compõem o Ibovespa, você pode comprar cotas do ETF que replica o Ibovespa. Assim, é possível diluir o risco da carteira, mesmo investindo em apenas um fundo.
Menores custos para investir
Geralmente, as taxas de administração dos ETFs são bem menores do que de outros fundos de investimento.
Como a gestão dos ETFs é passiva, os custos de operação são reduzidos — o que se reflete na taxa de administração. Sabendo disso, o investidor não encontra taxas altas para investir.
Além disso, nenhum valor é descontado da conta do trader ou investidor, pois os fundos tiram o percentual da taxa dos dividendos recebidos.
Aprenda um passo a passo de como comprar ETFs de criptomoedas no vídeo abaixo!
ETFs como hedge da carteira de ações
É comum os investidores utilizarem os ETFs para fazer hedge da carteira de ações. Mas afinal, o que é hedge?
Hedge é uma ferramenta de proteção contra oscilações do mercado: o investidor tem mais preocupação em garantir o preço de um determinado ativo para uma compra ou venda futura do que no lucro da operação. Logo, os ETFs podem ser utilizados como hedge na carteira de ações.
Assim, ele dilui os riscos dos seus investimentos e se protege contra as quedas do mercado.
Quais são os riscos de investir em ETFs?
Assim como ações, o investimento em ETFs são de renda variável. Portanto, implica em riscos. Ele sofre com oscilações, logo a volatilidade do mercado e a rentabilidade não são garantidas.
Por isso, é importante investir em ETFs se o seu perfil de investidor estiver de acordo com esse tipo de operação, ou seja, se for um investidor mais agressivo.
Além disso, não invista todo o seu capital em um mesmo ativo: sempre diversifique seus investimentos. Assim, você dilui os riscos entre eles.
Como declarar ETF no Imposto de Renda (IR)?
Outra dúvida que pode surgir é em relação à declaração de ETFs no Imposto de Renda (IR).
- Para ETFs de Renda Fixa esse processo é mais simples: o IR é retido na fonte, portanto não é preciso pagar DARF sobre o lucro da venda. Porém, a posse e rendimento devem ser lançados na declaração anual, pelo Informe de Rendimentos fornecido pela sua corretora.
- Já os ETFs de Renda Variável, diferente de ações, não têm isenção de IR. Para operações de day trade é incidido 20% de IR, e outras operações 15%.
ETFs para investir no exterior
Investir no exterior é uma recomendação importante para a diversificação da carteira de investimentos.
Os motivos são vários: a economia de outros países pode estar em um momento mais favorável que a economia brasileira, você pode investir nas melhores empresas do mundo, diluir o risco da sua carteira, obter mais opções de investimentos e diversos outros.
Muita gente pensa que investir no exterior é apenas para quem tem muito dinheiro. Porém, isso não é verdade. Os ETFs são uma ótima opção para expor sua carteira a investimentos no exterior e diversificar seus investimentos.
Você pode aplicar seu capital em fundos como o IVVB11 — que replica a rentabilidade do S&P 500 — composto pelas 500 maiores empresas dos Estados Unidos, como a Apple, Amazon, Facebook e Alphabet Inc (da qual o Google faz parte).
Ou seja, os investidores conseguem expor o seu capital às maiores empresas do mundo de uma maneira muito simples.
Conclusão
Agora que você sabe o que são os ETFs, quais são os tipos existentes no mercado e como investir nesses fundos, chegou a hora de diversificar sua carteira! Lembre-se sempre que eles são investimentos de risco, podendo ter valorização ou desvalorização diariamente.
Por isso, sempre esteja atento (a) a mudanças do mercado, se atualizando a respeito dos temas sobre finanças e economia para obter mais conhecimento e melhorar suas habilidades como trader.
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