No mercado de derivativos, o que se compra e vende, na prática, são direitos. Seja nos contratos a termo ou no mercado futuro, toda negociação é pautada pelas expectativas de valorização, ou não, de um determinado produto financeiro.
Então, transacionar nesse segmento requer preparo e habilidades para detectar tendências ou reversões. Entre os derivativos mais conhecidos, temos dólar futuro, índice futuro, opções, contratos a termo etc.
Os derivativos são uma oportunidade de investimento em renda variável, que pode combinar muito bem com seu perfil e objetivos. E o mais interessante é que esse mercado lucrativo e desafiador está ao seu alcance. Quer saber como?
Neste conteúdo, contamos como funciona, como investir neles e o que fazer para se dar bem nesse mercado. Acompanhe! 👇
O que são derivativos?
Derivativos são ativos financeiros cujo valor da operação se baseia em uma previsão, em que seus contratos têm o preço derivado de um ativo, taxa de referência ou índice. Geralmente, esses ativos podem ser físicos, como café, soja ou outros, ou ativos financeiros, como moedas e ações.
Embora os derivativos sejam acessíveis para traders iniciantes, esse mercado é um ambiente mais indicado para aqueles que já têm alguma experiência em renda variável.
A seguir, vamos explicar melhor como eles funcionam.
Como funcionam os derivativos?
Imagine, por exemplo, que você acredita que o preço das ações da Petrobras vai cair daqui a três meses. Com base nessa leitura de mercado, você poderia fazer um acordo com quem tem ações dessa companhia, no qual se compromete a comprá-las por esse valor na data acordada.
Se o preço subir, quem ganha é o comprador — que pode revender os papéis com lucro. Caso o preço cair, ganha o vendedor — que recebe mais do que o papel vale naquela data. É assim que os derivativos em geral funcionam.
Em todas as modalidades, as transações são referenciadas no futuro, embora em alguns casos elas possam ser liquidadas à vista, ou seja, no presente. Assim, quando a data acordada chegar, uma das partes tem acerto na previsão e sai no lucro, enquanto a outra fica com o prejuízo.💸
Entenda a importância do mercado de derivativos
Se não fossem os derivativos, todos aqueles que sofrem impactos nas variações dos preços no futuro não teriam qualquer garantia sobre seus respectivos patrimônios. Ou seja, é uma opção que existe para dar mais segurança aos que negociam certos tipos de produtos oferecendo uma margem para poder operar.
Um dos melhores exemplos vem do campo, onde se produz para vender só algum tempo depois. Ao negociar no mercado de derivativos, produtores se protegem contra perdas — o que é bom não só para o segmento, mas para a economia como um todo.
Confira 3 motivos para utilizar os derivativos
Não por acaso, as operações com esse tipo de instrumento financeiro são comumente usadas como mecanismo de hedge, como veremos mais à frente. Por outro lado, os derivativos também representam ótimas oportunidades de se lucrar, considerando suas características. Veja quais são a seguir.
Protegem o valor de compra
Além dos produtores rurais, existem empresas que também recorrem aos derivativos quando compram insumos ou fazem pagamentos em moedas estrangeiras mais fortes. Elas fazem isso como forma de assegurar o valor de compra do real no futuro, dando mais previsibilidade sobre os preços e facilitando o planejamento financeiro.
Dessa forma, o mercado de derivativos, nesses e em outros casos, é uma forma que pessoas físicas e jurídicas têm para evitar que as oscilações do câmbio, as taxas e o mercado reduzam seu poder de compra.
Têm a garantia da B3
Seria altamente arriscado operar em um mercado cujos preços são sempre baseados em previsões e especulações, não é mesmo? Nesse aspecto, temos mais uma vantagem para o segmento de derivativos, já que todas as transações são protegidas pela B3 — a bolsa de valores brasileira.
Permitem ganhos no day trade
O mercado de derivativos, além de servir como mecanismo de proteção, permite lucrar no curto prazo mesclando operações de compra e venda, nas quais o lucro é obtido a partir das suas diferenças, como no day trade.
Quais são os tipos de derivativos?
A possibilidade de negociar ativos da bolsa no mercado futuro abre todo um leque de opções que, mas também tornam os derivativos um pouco mais complexos. Apesar de não ser nada assustador, é importante se familiarizar com as regras e condições, bem como entender de onde se pode tirar vantagem em cada operação.
Então, confira quais são os principais tipos de derivativos e como obter resultados em cada um deles:
Contratos a termo
Pode-se dizer que o formato clássico dos derivativos é o chamado contrato a termo. Sua dinâmica é bastante simples, em que um investidor se compromete a comprar um certo ativo financeiro a um preço pré-estabelecido em uma data fixa.
Contratos futuros
Nos contratos futuros, as bases das negociações são idênticas às dos contratos a termo, mas com uma diferença fundamental: as posições podem ser liquidadas antes do vencimento, caso as partes assim desejarem.
Isso acontece porque, nessa modalidade, existe o conhecido ajuste diário — em que os valores dos ativos são recalculados e ajustados diariamente, podendo resultar em perdas ou ganhos para quem transacionar os mesmos.
Swaps
Uma terceira possibilidade de lucrar com derivativos é em swap, que traduzido do inglês significa troca. Ela consiste em fazer um câmbio entre rentabilidades, tomando como parâmetro um outro ativo financeiro, ou seja, um acordo entre duas partes para troquem fluxo de caixa baseados em um valor, prazo e outras condições/critérios preestabelecidos.
É muito comum que empresas utilizem o Swap como uma forma de proteção “headge”, normalmente essas empresas estão expostas a vários tipos de riscos relacionados as suas atividades.
Opções
Por fim, temos as opções, uma alternativa na qual um investidor ou trader assume o compromisso de comprar “opção call” ou vender (opção put) um determinado ativo em uma data específica e a um preço fixo.
Nesse caso, quem se coloca como comprador (titular) pode simplesmente não fechar negócio, perdendo apenas o valor pago como prêmio pela operação. No entanto, se o comprador quiser exercer o seu direito, quem vende (lançador) é obrigado a concretizar o negócio.
O que é futuro de derivativos?
O mercado futuro se diferencia por oferecer a opção de liquidação antes da data do vencimento do contrato. Logo, o mercado futuro de derivativos conta com produtos como os minicontratos, tanto de mini-índice quanto de minidólar.
Por exemplo,se você deseja comprar dólar na cotação de hoje daqui a três meses, essa é a sua melhor opção, o mesmo valendo para o Índice Ibovespa e outros negociáveis no mercado futuro.
👉 Ibovespa Futuro: como funciona o mercado futuro do índice
Como investir no mercado de derivativos?
Sabendo que até mesmo o mercado à vista traz riscos para investidores e traders, o que dizer do mercado de derivativos que é, basicamente, estruturado em cima de especulações? 🤔
Muita calma e estudo!
O primeiro passo é conhecer seu perfil de investidor, ou suitability, buscando entender qual é a sua tolerância a riscos e perdas.
Além disso, é preciso escolher bem sua corretora, já que a maioria delas cobra taxas por negociação. Na Clear, você garante corretagem zero em diversos produtos e conta com uma personal trader gratuita para auxiliar suas operações. Abra sua conta e experimente. 💡
Depois, para investir no mercado de derivativos você pode seguir os seguintes passos:
- Abrir uma conta em corretora de valores;
- Transferir valores da sua conta bancária para a conta de investimentos através de uma TED de mesma titularidade;
- Acessar o home broker, analisar os ativos e começar a operar;
- E após emitir suas ordens de compra ou venda, basta acompanhar o mercado e o desempenho do seu investimento até a data combinada.
Vantagens de utilizar os derivativos financeiros
O mercado de derivativos atrai investidores de diversos perfis porque, além de ser uma alternativa de proteção contra oscilações do mercado, pode ter boa rentabilidade. Ou seja, ele serve tanto para os que têm o objetivo de controlar perdas quanto para os que pretendem obter lucros.
A seguir, listamos algumas das suas principais vantagens de fazer aplicações em derivativos e alguns exemplos.
Hedge
Operações do tipo hedge (cerca, em inglês), são, como o nome sugere, uma maneira de “blindar” ativos da ação do mercado.
Como comentamos, isso é feito em geral por produtores rurais e por empresas cujos gastos são em moedas mais fortes, como o dólar, euro ou libra esterlina. Seria o caso, por exemplo, de um agricultor que plantava soja em outubro, com colheita prevista para janeiro.
Ele considera que o preço, por exemplo, de R$ 148,00 por saca é justo pela sua produção. Então, ele vai ao mercado futuro, onde fecha um contrato de venda com vencimento em janeiro da sua produção a esse preço. Se o preço cair, ele garante o valor desejado.
Especulação
Quem faz especulação tem, em geral, o objetivo de lucrar com a diferença na compra e na venda de contratos de derivativos em um mesmo dia.
Ou seja, realizado operações day trade o operador busca lucrar com as variações do ativo operado. Importante ressaltar que a “margem” capital necessário para operar é bem acessível para maioria dos contratos futuros.
Há ainda os que compram derivativos com o objetivo de negociá-los dentro de alguns dias, pois acreditam que podem revendê-los a preços mais altos.
Arbitragem
Quem lucra com arbitragem precisa ter “olhos de lince” já que, nesse tipo de negociação, as oportunidades podem passar muito rápido. Isso porque, ao arbitrar, espera-se lucrar fazendo transações entre os mercados futuro e à vista.
Embora os preços praticados sejam muito parecidos em ambos, eles nem sempre são iguais, então, quem fica atento a essas diferenças pode lucrar transacionado entre esses mercados.
5 Dicas para investir com segurança nos derivativos
Sabendo da volatilidade do mercado, investir em derivativos implica assumir riscos de perfil agressivo. No caso do mercado futuro, por exemplo, seja no Day Trade ou Swing Trade, o investidor precisa ter uma boa estratégia e um bom gerenciamento de risco.
⚠️De qualquer forma, aqui vai um outro alerta: uma coisa é ler sobre o assunto, conhecer seu perfil de investidor e entrar no mercado ciente dos riscos — uma etapa muito importante do aprendizado. Outra, bem diferente, é operar de fato, sentindo “na pele” a alegria de uma negociação lucrativa ou a dor de um prejuízo nunca desejado.
Por isso, além das dicas a seguir, procure investir o mínimo no começo e apenas uma quantia que não vá fazer falta em seu orçamento — e se mantenha dentro de seu gerenciamento de risco planejado em cada operação efetuada.
1. Saiba o seu perfil de investidor
Já falamos desta dica, mas é sempre bom relembrar: seja em renda fixa ou variável, é fundamental conhecer qual é o seu perfil de investidor.
2. Analise os derivativos ideais para você
Como vimos, existem diversas categorias nas quais se pode investir no mercado futuro e cada uma delas apresenta uma dinâmica e comportamento próprios, sendo algumas mais e outras menos voláteis em certas circunstâncias.
Por isso, não deixe de avaliar qual o derivativo mais adequado utilizando a análise técnica ou análise fundamentalista.
3. Escolha uma corretora de valores
Na hora de escolher uma corretora, o primeiro aspecto a avaliar é o custo. Nesse quesito, você já sabe: a Clear é a melhor opção porque a taxa é zero.
No entanto, não são apenas os custos que devem ser ponderados. Veja também se ela oferece plataformas de negociação compatíveis com seu perfil e todos os recursos que precisa.
4. Dedique tempo
Negociar no mercado futuro exige alguma disponibilidade, já que é preciso monitorar as variações nos preços o tempo todo, principalmente em contratos futuros.
Então, se você tem pouco tempo ou não pretende se tornar um especialista, avalie se essa é mesmo a melhor escolha para o seu caso.
5. Tenha uma estratégia
Se, no mercado à vista, já é preciso estratégia, no futuro, ela é questão de sobrevivência. Para isso, não deixe de acessar o canal da Clear no YouTube e o blog Master Clear, onde publicamos todos sobre as melhores estratégias e dicas para que você obtenha o máximo em seus investimentos.
Conheça os principais livros sobre derivativos
Para complementar seu aprendizado, vale conferir os livros abaixo — são verdadeiros guias para quem pretende levar o mercado de derivativos mais a sério:
- Mercado de Derivativos no Brasil (Octavio Bessada);
- Derivativos e Renda Fixa: Teoria e Aplicações ao Mercado Brasileiro (José Carlos de Souza Santos e Marcos Eugenio da Silva);
- Option Volatility and Pricing: Advanced Trading Strategies and Techniques (Sheldon Natenberg);
- Derivativos e Risco de Mercado (Fabio Giambiagi);
- Derivativos Financeiros (Mário Pina).
Conclusão
A gente destacou ao longo deste conteúdo boas razões para investir em derivativos. Logo, como todo ativo de renda variável, não custa relembrar que, no caso dos derivativos, há riscos que precisam ser considerados.
Portanto, o ideal é que, antes de dar seus primeiros passos, você se informe muito bem a fim de minimizar as perdas. Mas não há outra forma de começar a não ser experimentando na prática, não é verdade?
Dessa maneira, investindo em educação financeira, você também desenvolve o controle emocional necessário para realizar operações de risco moderado ou alto. Além de tudo, investir é a melhor forma de ver seu patrimônio aumentar para que tudo que deseja possa se realizar.
Nessa jornada, conte com a Clear!
Vamos juntos? 🚀