Na análise técnica, LTA e LTB são linhas de tendência (de alta ou de baixa) que indicam a direção dos movimentos de preço de um determinado ativo de renda variável.
Com base no comportamento passado, as linhas de tendência ajudam a traçar cenários possíveis para a performance futura do ativo.
Não se trata de prever ou adivinhar o que está por vir. Nenhuma análise é capaz disso.
Como todos os elementos da análise gráfica, as linhas de tendência ajudam no estudo de padrões. E padrões costumam se repetir.
Quer aprender mais sobre LTA e LTB para montar uma boa estratégia de operação na bolsa de valores?
Então, continue lendo, porque é disso que vamos tratar ao longo deste conteúdo.
Linhas de tendências: o que são?
Linhas de tendências são recursos gráficos usados por analistas técnicos e investidores com o objetivo de descobrir a tendência de preço de um ativo de renda variável.
O recurso normalmente está disponível em todos os gráficos dos home brokers e plataformas das corretoras de valores.
Fáceis de usar, as linhas de tendência podem ser personalizadas de acordo com as preferências de cada investidor.
São encontradas em diferentes tipos de gráficos, como nos gráficos de candlestick , o mais usado para análise do desempenho de ativos de renda variável, como ações, fundos imobiliários, BDRs, dentre outros.
Candle quer dizer vela e candlestick, candelabro.
Assim, cada vela representa a performance de determinado ativo em um período de tempo: minuto, dia, mês ou ano.
É possível traçar linhas de tendências em qualquer tempo gráfico.
No fechamento do pregão, se o candle de uma ação ficou verde, significa que seu preço subiu ao longo do dia naquele dia. Se fechou vermelho, quer dizer que caiu ao longo do dia.
As linhas de tendência se amparam nos topos e fundos candles, formando “desenhos” que facilitam a compreensão do analista ou investidor.
São muito úteis em situações de reversão de tendência, em que há o rompimento da linha para cima ou para baixo.
Quando os candles “furam” a linha de tendência, os analistas dizem que houve um rompimento, que pode ser sinal de reversão.
A reversão de tendência em geral precisa ser confirmada por algum outro indicador (o volume, por exemplo) para um posicionamento mais assertivo na operação.
Confira uma explicação ilustrada e com exemplos no vídeo abaixo, onde o analista Felipe Fradinho mostra como usar as linhas de tendência a favor de suas operações:
O que é uma LTA?
LTA é uma Linha de Tendência de Alta.
Ela é traçada unindo dois ou mais fundos, formados pelos candles, em inclinação ascendente.
Ações e outros ativos de renda variável não se movem em linha reta. Em geral, os movimentos são em zigue-zague.
Quando sobe, sobe mais forte do que quando cai. Para ficar mais fácil: é como se fosse um elevador que sobe de dois em dois, mas cai apenas um andar.
Um ativo em tendência de alta, portanto, não sobe em linha reta. Ele sobe, cai um pouco, sobe um pouco mais, cai um pouco menos e assim sucessivamente.
Os movimentos de alta, portanto, são sempre maiores que os movimentos de baixa.
Ao ligar os fundos dos candles, teremos uma Linha de Tendência de Alta.
👉Topo Duplo: o que é e como identificar
O que é uma LTB?
LTB é uma Linha de Tendência de Baixa.
Ela é traçada unindo dois ou mais topos em inclinação descendente.
Enquanto a LTA é traçada embaixo dos candles (como um suporte), a LTB é desenhada sobre os candles (como uma resistência).
Assim como em movimentos de alta, o ativo entra em tendência de baixa em zigue-zague, não em linha reta.
As quedas são sucessivamente maiores e as altas cada vez menores.
Ligando todos os topos com uma linha reta descendente, fica fácil visualizar que o ativo está em clara tendência de queda.
Quem investe no mercado de capitais usando como estratégia a análise técnica, precisa se atentar aos rompimentos das linhas de tendência.
Geralmente indica reversão: se o ativo está em alta, pode virar para queda e vice-versa.
As linhas de tendência, claro, não devem ser analisadas isoladamente.
Há outros elementos gráficos que precisam ser considerados pelo investidor na tomada de decisão.
Importância das linhas de tendências
As linhas de tendência, tanto de alta quanto de baixa, são importantes recursos gráficos para uma boa análise do mercado com base nos preços.
Se a tendência é de alta, o investidor pode se posicionar comprado (long) (adquirir ações, por exemplo) e lucrar com a escalada dos preços.
Se a tendência é de baixa, também é possível ganhar dinheiro operando vendido (short).
Esse tipo de operação consiste em vender algo, logo depois esperar o preço cair e recomprar mais barato, lucrando com a diferença.
No caso das ações, é possível alugar, vender, comprar mais barato depois e devolver ao dono, pagando uma taxa de alugue. Por isso que geralmente é bem baixa e faz a operação valer a pena.
O mercado de renda variável se movimenta de acordo com as decisões de todo tipo de investidor: profissional, iniciante, especulador, dentre outros.
A constante “disputa” entre compradores e vendedores resulta na valorização ou desvalorização dos ativos.
Muitos investidores interessados em comprar uma ativo, faz com que os preços subam.
Muitos querendo vender, acabam por deslocar o preço para baixo.
Quando as duas forças estão equilibradas, o mercado fica andando de lado, em movimentos chamados de lateralização, congestão ou consolidação.
Como identificar uma LTA e LTB? 3 formas
Existem variados recursos nos gráficos de candlestick que indicam uma tendência de alta, de baixa ou de lateralização.
Para melhorar as probabilidades de acerto, o investidor deve observar um conjunto de sinais que, somados, resultarão em uma análise mais assertiva.
Algumas maneiras de identificar uma LTA ou uma LTB são:
Inclinação
A inclinação é o sinal clássico de uma tendência.
Preços se movendo em zigue-zague ascendente representam tendência de alta.
Se os movimentos são descendentes, a tendência é de baixa.
Ao traçar uma linha ligando os topos e fundos dos candles, é possível visualizar com mais clareza o movimento.
Se os preços estiverem subindo, a linha deve ser traçada ligando os fundos e vice-versa.
Caso o mercado esteja andando de lado em uma zona de congestão ou consolidação, a linha ficará horizontal.
Canal de tendência
Outra forma de identificar a direção de um ativo é por meio do canal de tendência.
Ele é formado por duas linhas: uma ligando os topos (máximas) e outra ligando os fundos (mínimas dos preços) em determinado período.
Nos canais de tendência, a linha superior funciona como uma resistência e a inferior, como um suporte. É possível ainda visualizar o preço médio.
Para desenhar um canal de tendência, há uma ferramenta nos gráficos chamada “canal paralelo”.
Dependendo do recurso, o investidor consegue descobrir, inclusive, a variação do ativo em percentual da linha inferior à superior.
Lembrando que os canais de alta devem ser traçados com uma lta, seguida da projeção para cima dessa reta. e os de baixa primeiramente com uma ltb seguida da projeção de tal.
Volume
O volume ajuda o trader a analisar a força com que os ativos se movem. É muito usado para confirmar tendências ou apontar reversão.
Um grande volume indica muitos negócios sendo realizados (compra e venda), ou seja, muitos investidores interessados naquele ativo.
O volume é facilmente habilitado e, geralmente, aparece na parte de baixo do gráfico, representado por barras verticais.
Nas linhas de tendência, tanto de alta quanto de baixa, ajudaM o investidor a mensurar o apetite do mercado por aquele ativo a um determinado preço.
Em momentos de rompimento da linha de tendência (para baixo ou para cima), o volume ajuda a confirmar se o movimento significa uma reversão ou não.
Exemplo: um ativo está em tendência de alta, com topos e fundos ascendentes, respeitando a LTA.
De repente um candle “fura” a linha para baixo. O volume ajuda o investidor a descobrir se o rompimento é falso ou não.
Rompimentos acompanhados de altos volumes têm mais chances de mudar a trajetória dos preços.
Rompimentos com volumes baixos indicam o contrário, já que há poucos investidores interessados em operar naquelas condições.
E como descobrir se o volume está alto ou baixo?
Um recurso muito útil é a média móvel dos períodos anteriores.
Assim, fica fácil visualizar volumes muito acima ou muito abaixo das médias.
Como traçar uma LTA e LTB?
As linhas de tendência de baixa (LTB) ou de alta (LTA) são fáceis de serem usadas.
Os gráficos disponíveis nos home brokers e plataformas das corretoras de valores contam com os recursos necessários para usá-las.
Basta escolher “linha de tendência” na barra de ferramentas, geralmente em cima ou do lado esquerdo do gráfico, e ligar os candles.
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Aplicabilidade da LTA e LTB
As linhas LTA e LTB são aplicáveis a estudos que buscam avaliar a tendência de preços de ativos de renda variável.
Podem fazer parte da estratégia de investidores que operam tanto de curto quanto no médio/longo prazo.
Como outros artifícios da análise técnica, as linhas de tendência devem ser analisadas em conjunto com mais indicadores e ferramentas.
Quando vários sinais apontam para uma mesma direção, as possibilidades de acerto também aumentam.
Análise gráfica
Como destacamos até aqui, as linhas de tendência representam apenas uma pequena parcela do arsenal de ferramentas que a análise gráfica tem a oferecer.
O sobe e desce dos preços traduzidos nos gráficos reflete as decisões de investimento dos mais diversos tipos e perfis de investidores.
Quem fizer a melhor interpretação terá mais chance de sucesso em suas operações.
Ao conhecer os elementos gráficos e o que eles dizem, o investidor pode montar sua própria estratégia, escolhendo quais indicadores usar.
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Conclusão
Como você pode ver, os recursos da análise técnica são diversos.
Usá-los de maneira correta, em uma boa estratégia, é a diferença entre operações bem e mal-sucedidas.
As linhas de tendência são fundamentais para descobrir em que direção determinado ativo está se movendo.
Mas nunca é prudente observar apenas um sinal isoladamente.
A análise fica mais robusta quando feita em conjunto com outros indicadores.
A análise técnica como um todo é muito utilizada por traders que fazem operações curtas, mas também são úteis aos investidores de longo prazo.
Mesmo para quem estuda os fundamentos dos negócios por trás dos ativos (análise fundamentalista), os gráficos ajudam a identificar bons momentos de entrada ou saída.
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